Visita de primeira-dama dos EUA a África gera controvérsia

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 A primeira-dama dos Estados Unidos da América (EUA), Melania Trump, iniciou o seu périplo, a solo pela primeira vez, por quatro países africanos na terca-feira (02-10) no Gana. Seguem-se o Malaui, o Quénia e o Egito. Uma visita de charme, que está a despertar alguma desconfiança no continente africano.

A Casa Branca descreve esta viagem como um périplo por "quatro belos países muito diferentes". A porta-voz da primeira dama, Stephanie Grisham, afirmou tratar-se de uma viagem diplomática e humanitária, que visa apoiar a campanha #BeBest, a favor do bem-estar das crianças.

No Gana, o ministro da informação, Kojo Oppong-Nkrumah, descreveu a visita de Melania Trump como uma oportunidade de dar alguma visibilidade ao país, como destino turístico.

Mammy Effia, estudante universitária, tal como muitas outras cidadãs ganesas, não se mostra muito entusiasmada com a visita da antiga modelo, agora Senhora Trump. "É normal, nada de especial. Temos recebido presidentes, monarcas e, na verdade, pouco ou nada mudou a nossa realidade", lembra.

Chuva de críticas

Melania Trump tem sido uma primeira-dama algo discreta, ao contrário da sua antecessora, Michelle Obama, que tinha uma postura bastante mais autónoma. Donald Trump deu uma conferência de imprensa, na semana passada, anunciando a visita da esposa ao continente africano.

"Tanto a minha mulher como eu gostamos muito de África. É, em vários aspetos, o continente mais bonito do mundo", disse na altura.

Palavras pouco comuns proferidas pelo Presidente Trump, que no passado até se terá referido ao continente africano como um conjunto de países falhados, desorganizados e sujos, invocando a citação origial "shithole countries" - termo que a Casa Branca rejeita ter saído da boca de Donald Trump.

"Se os países africanos são 'shitholes', então o que é que a primeira-dama dos Estados Unidos vem cá fazer? Ela não deveria vir, não vem cá fazer nada", critica o cidadão ganês Kofi Dankwo.

Ebeneza, outro cidadão abordado pela DW África, apoia e reforça as palavras do seu concidadão: "Pessoalmente, näo vejo qualquer impacto que Melania possa ter na minha vida. O marido parece odiar o negros em geral e os africanos em especial. Não espero nada dela."

A DW África também recolheu opiniões no Malaui, o segundo destino da visita da primeira-dama norte-americana. A estudante universitária Zainab Mbowani é a voz de um pensamento comum no Malaui. "Penso que é uma questão de honra, esta visita ao Malaui, visto que se trata de um dos países menos desenvolvidos no mundo", comentou.

Com aquela cara de boneca, muito boa gente a vai querer pegar-lhe ao colo…. E outros apertar-lhe o colo…