Editorial 07-04-2018

 

Que futuro?

Que futuro pode ter um país em que um governo – ou um ministro de um autoapelidado governo – deita para a rua uma distribuição das verbas a atribuir a entidades culturais e logo no dia seguinte, e face a múltiplas contestações, o primeiro-ministro, cuja voz entaramelada não chega a parte alguma, saiu-se com uma carta a justificar o injustificável. Ou, dito de outra maneira, a pedir desculpa aos não contemplados e a fazer o “favor” de lhes retemperar as “finanças”….

Dentre as estruturas ligadas às artes, de Coimbra foram quatro as que ficaram fora do ramalhete: Escola da Noite, Teatrão, Centro de Artes Visuais e Orquestra clássica do Centro. Entretanto viram os seus os seus nomes incluídos nas listagens, excepção feita `OCC, talvez a mais merecedora do subsídio.

E assim vai a Cultura, a menina bonita da esquerda geringonciana.

O aeroporto que Manuel Machado prometeu – e bem necessário é à Região Centro – está em vias de dar uma reviravolta, sendo possível equacionar-se localizações alternativas a Cernache.

De acordo com notícias vindas a lume, o estudo da implantação e toda a engenharia envolvente será feita pelo gabinete do engenheiro Manuel Queiró, pessoa nada e criada em Coimbra, que, tenho a certeza, quererá o melhor para a sua terra. Assim lhe deem o meios.

Garraiada, sim ou não? As modas acontecem, e os seguidistas, muitos acéfalos, embarcam nelas. Não admira, pois, que a “garraiada da Queima” tenha este ano, por plebiscito, sido retirada do cartaz da Queima. Tudo bem: votaram assim, acabou-se. Pessoalmente, não concordo, pelo que estou, de alma e coração, com o movimento “Coimbra dos estudantes” que quer organizar a garraiada. Sol e toiros, uma tradição secular não pode perder-se.

Ao contrário do que o governo propala, a carga fiscal de 2017 foi maior dos últimos 22 anos, e o défice gabarolado por Centeno de ficar abaixo do 1% fixou-se nos 3%; seja, o governo tem uma austeridade encapotada disfarçada pela caloteirice e pelos impostos indirectos que fizeram disparar a inflacção e, por força dela, aumentar o custo de vida: hoje vive-se pior que em 2015.

A Académica acaba de perder na Madeira o jogo contra o Nacional. Esfumaram-se as minhas ilusões de subida. Paciência: nem o mundo nem a Académica acabam aqui.

ZEQUE