SALÁRIOS, SAFADOS E SALAFRÁRIOS

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O que se vai ouvindo, um pouco por toda a parte, acerca do Professor Pedro Adão e Silva conduz-nos fatalmente às seguintes conclusões:

1 - Nenhum antigo ou actual militante partidário poderá ocupar qualquer função de nomeação governamental. Isto irá excluir, contraditoriamente, toda a classe política do exercício de cargos de nomeação governamental. Há países onde o critério é exactamente o inverso, em nome de um elementar princípio de confiança política. Em Portugal, vota-se antes na sistemática desconfiança política, o que torna o exercício de funções em tômbola aleatória, tornando-se possível que os nomeados minem e sofismem a própria acção do governo.

2 - Os nomeados não devem ganhar vencimentos europeus. Deverão, pelo contrário, contentar-se com umas sanduíches de queijo e com um copo de vinho, do mais rasca possível.

3 - Por mais exigente que se antolhe a missão oficial, nenhuma delas deverá ultrapassar o tempo que medeia entre dois fins de semana seguidos. Não se diz que o "portuga" é um génio na "arte do desenrasca"? Então que o prove, atamancando umas "carocas".

4 - Um "staff" que implique colaboradores, automóvel e uma secretária (ou secretário) é de evitar a todo o custo. Se o "portuga" é "desenrascado", que se "desenrasque" sozinho, ora essa!

5 - O Senhor Rui Pinto fez as contas e disse que era um escândalo o que o comanditado ia ganhar. Ora bem, se o Rio e o Rui Pinto falam a uma só voz, o governo só tem como alternativa "meter a viola no saco" e chamar o Emplastro para organizar os 50 anos do 25 de Abril! Deve ficar barato e, desta maneira, ninguém sentirá o aguilhão da inveja a referver no caldeirão dos impostos que pagamos. 

Amadeu Homem

Imagem retirada da net.