CHEGA DE DÚVIDAS!

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Enquanto em Portugal o partido de André Ventura canta vitória destas eleições legislativas, como cópia retardada do que foi acontecendo um pouco por toda a Europa. A verdade é que os partidos que constituem a família política Identidade e Democracia (ID), do qual o Chega também faz parte, andam em debanda na UE.

Foi o que aconteceu com o partido francês Reagrupamento Nacional (RN), partido de Marine Le Pen atualmente liderado por Jordan Bardella, afirmar que não se sentava ao lado do partido alemão Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemã) no Parlamento Europeu.

Caroline Parmentier, legisladora do RN francês e assessora de imprensa da campanha para deputados na União Europeia confirmou o relatório publicado no jornal francês Libération onde estava clara a separação entre os partidos ditos “extremistas de direita”.

A verdade é que o partido francês, liderado por Marine Le Pen, passou anos a tentar atrair os eleitores tradicionais e a distanciar-se do seu passado de extrema-direita, enquanto a AfD tem assumido posições cada vez mais duras, que se aproximam da declaração de André Ventura quando, no rescaldo da subida do número de eleitores na Assembleia da República, dizia que «nesta grande vitória do Chega, ouvi há pouco o secretário-geral do PS reconhecer a derrota... ["óóó, chora Pedro!", gritavam os militantes]... e dizer que fomos muito agressivos nesta campanha. Meus caros, eles ainda não viram nada!» Em tom de ameaça.

Esta atitude tem algumas semelhanças com a reação do candidato da AfD quando disse que “nunca diria que alguém que usasse um uniforme da SS era automaticamente um criminoso”. Fazendo uma referência ao romancista alemão Günter Grass, que admitiu no final de sua vida, ter ingressado na Waffen-SS ainda adolescente. Mas generalizando a todos quantos pertenceram às SS nazis no que foi um dos maiores crimes contra a humanidade.

O que é claro é que o partido português Chega, que faz parte desta família política da União Europeia, não se revê na posição defendida pelo partido francês. Mantendo-se junto do partido alemão que fez esta declaração.

André Ventura, sempre declarou que vai manter relações política com a Alternativa para a Alemanha (AfD), apesar das declarações polémicas sobre o regime nazi. André Ventura diz apenas que não se revê nas declarações, mas continua na mesma família política, diferente do partido de Marine Le Pen.

«Eu não me revejo nas declarações que foram feitas, eu não o diria, mas o Chega faz parte de uma família política que quer sem dúvida mudar a Europa na luta contra a corrupção, na luta por fronteiras seguras e contra a imigração.»
Reforçando a sua postura como a ideia: «Não vou concordar a 100% com o que todos dizem, mas não há nenhum grupo europeu que o faça.»

Pelo lado da posição francesa, Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional em França, considera que não há margem para tolerar, diferente de Ventura, e desfez a aliança com o AfD por considerar urgente estabelecer um cordão sanitário a quem tem posições complacentes com forças protagonistas do regime nazi.

O AfD, partido de extrema direita alemão, e o partido de Marine Le Pen são as duas maiores forças políticas do Identidade e Democracia, um dos grupos de extrema-direita no Parlamento Europeu com forças políticas que têm ligações à Rússia e posições anti-União Europeia. O Chega faz parte desta família política desde 2020 e tomou a decisão de entender de pouco relevo o “branqueamento” do braço armado do Nazismo feito por alemães.

Algumas pessoas mais atentas na área política encontram similaridade entre esta atitude de continuar sentado ao lado de quem branqueia o nazismo. O que faz duvidar da posição democrática do partido Chega.

Para reforçar esta posição mais dura, André Ventura afirmou: «Sim, o Chega superou o partido de Mário Soares. O Chega superou o partido de António Guterres. O Chega matou o partido de Álvaro Cunhal. O Chega varreu do mapa o BE» que leva a interpretar a falta de respeito pelos partidos que formam a Democracia portuguesa.

AF
23-05-2025