ALUGA-SE “VERDADE” EM ESTADO VERIFICÁVEL

3 ALUGA SE VERDADE EM ESTADO VERIFICAVEL1

 

Na cidade universitária e “ninho” de decisores para Portugal, como é Coimbra, vemos semáforos colocados nas entradas para rotundas. O que não deixa de ser interessante perceber que as rotundas são usadas para fluir o trânsito e os semáforos para abrandarem a fluidez. É como querer modificar um carro para andar mais rápido tirando as rodas de trás.

Também podemos encontrar piada no corte de grandes árvores, mas ao mesmo tempo cultivar rebentos para pretensamente refrescar o ar e oxigenar a cidade. Esta piada é semelhante a alguém desejar ter mais ar puro e por isso corta as árvores, levando charutos para fumar no descampado. E depois, para gerir o espaço verde, contrata uma instituição fora de Coimbra.

Quem vive as consequências destas evidências não entende a incompetência genuína ou o gozo que dá a pessoas inteligentes fazerem piadas que permanecem mais tempo do que permaneceu em Coimbra os famosos Coldplay.

Tal como é difícil de entender, a quem vive em Portugal, por que razão os sucessivos governos carregam de impostos as empresas, também os trabalhadores e defendem que tem que haver mais empreendimentos em Portugal! Quando grande parte do que pagam as empresas aos seus trabalhadores vai para os impostos ou Segurança Social.

Em 2025, a taxa do IRS geral desceu de 21% para 20% o que apenas se refletiu na diminuição do reembolso do IRS no final do ano tributável. Quem recebe o ordenado mínimo nacional está sujeito à contribuição de 11% para a Segurança Social a acrescentar à retirada do dinheiro que um trabalhador recebe de uma empresa.

Ficando evidente que os ordenados brutos são bem mais altos do que o ordenado que cada pessoa leva para casa. Ou seja o Estado torna-se sócio de todas as empresas, apenas para receber. Mas isso será uma medida dos últimos governos para estimular a produção?

Ou discutir na Assembleia da República o aumento ou a diminuição dos impostos e não discutir para onde estão a ser canalizadas essas verbas. É como tentar transportar água num balde cheio de furos.

A verdade é que os furos do balde transformam-se em furos jornalísticos que dão pano para muitas mangas aos jornais e pano usado para tapar os olhos à maior parte da população, que assim evita questionar e exigir o essencial. Esta falta de exigência, ao que é mais importante, dá espaço a quem quer continuar a usar a política para beneficio próprio, de amigos e respetivos familiares que necessitam mais do que o mais miserável português. Afinal a maior miséria está na ambição desmedida de uma parte dos eleitos. O que descredibiliza o sistema democrático.

Num exercício de criatividade podemos imaginamos uma conversa do género:
«- E se descobrem que estamos a meter a mão no erário público?»
O outro ri-se e responde: «- Vamos dizer que as acusações são feitas pelo adversário político e a coisa fica em “águas-de-bacalhau”, porque quando for a vez do adversário meter algo ao bolso nós também acusamos! Naturalmente eles vão dizer a mesma e, assim, todos nós não levamos a investigação a sério! Mas se a coisa for muito investigada, tornamos o processo jurídico complexo e colocamos mais do que um juiz a investigar partes do processo para o todo...» - o outro completa a frase: - «...resultar em “águas-de-bacalhau”».

Outra piada é a de argumentar que ninguém deve criticar o partido A (dito “democrata”) para não dar trunfos (sim, gostam mais de cartas do que de xadrez) ao partido B (dito não “democrata”).
A “piada” está que em vez de se corrigir o erro, se arranja maneira de calar quem denuncia o que está errado; o que manda calar é tão anti-democrático como um qualquer partido unipessoal sem ideologia! A piada está que o roto goza com o nú e os dois gozam com quem defende um ou outro.

Como escrevia um autor americano, Vernon Howard,: « A busca da verdade é, no fundo, uma enorme gargalhada.»

E assim dizemos mal dos cartoons que não estão em sintonia com a nossa crença ideológica e desatamos a rir quando o cartoon diz o que nós concordamos. É uma atitude sufocante de apoio à tirania que no fundo tem a sua piada de muito mau gosto.

Só para terminar os exemplos da cidade universitária temos que o excelso reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, representante da vetusta universidade mundial, obrigou a retirar a carne de vaca das ementas nas cantinas universitárias. Sem discussão sobre os malefícios e os benefícios da carne de vaca e sem o sentido crítico dos estudantes, acaba toda a gente por reclamar que quer carne de vaca e outros a reclamarem que não querem carne, mas sem que ninguém seja informado sobre os “prós e os contras” do consumo da carne de vaca.

A piada está que, mesmo numa anciã escola superior de conhecimento universal, não se incentiva ao pensamento e apenas se fornecem as frases para se decorar de carreirinha aos estudantes “superiores”.

A Liberdade e a Democracia tem a regra básica de mesmo não concordando defendermos o direito a que se diga, mas quanto menos se souber menos opiniões se formam e menos há para discutir - terminando numa “doce” tirania que não necessita de ser imposta pela falta de sentido crítico dos demais!

Claro que tudo isto necessita de uma base de instrução, em favor da comunidade onde nos inserimos, e muito humor para sabermos rir em primeiro de nós mesmos.

Coisa que não é nada fácil, havendo poucos coerentes professores nesta área ainda não inventada formalmente!

FG

18-04-2025