UM GRITO PELA HUMANIDADE
Começo o meu texto por uma frase que está na minha página do Facebook que diz o seguinte :"Quem me conhece sabe quem sou. Eu sou quem me conhece melhor."
Todos sabem que sou uma acérrima defensora dos mais oprimidos ou que não tiveram as mesmas oportunidades. Por outro lado, a minha profissão levou-me a confrontar situações completamente desesperantes que me deixavam de rastos, mas onde tinha, muitas vezes, a necessidade de ter uma postura neutra. Depois do meu trabalho não era bem assim.
Hoje, decidi abordar este tema sobre a violação dos direitos humanos , pois espero que seja um grito de alerta para os que passam ao lado e não movimentam os olhos para olhar nem a cabeça para pensar.
No escuro da noite, quando o silêncio é esmagador, milhões de gritos sufocados ecoam pelo mundo enquanto no outro lado do mundo milhares de luzes festejam e esbanjam milhões em coisas supérfluas. Em repastos, festas, luxos, enfim, a chamada opulência desta sociedade em retalhos. Hoje decidi abordar um tema que me deixa triste e pensativa.
A violação dos direitos humanos.
As violações dos direitos humanos são uma chaga aberta na alma da humanidade, uma brutalidade que exige uma resposta urgente e vigorosa. Todos os dias, em todos os cantos do planeta, pessoas são subjugadas, humilhadas e assassinadas, vítimas de um sistema que falha em proteger os mais básicos direitos de cada ser humano. Pergunta-mo-nos:
- Onde está a nossa humanidade?
Direitos humanos não são concessões, são garantias fundamentais à vida, liberdade, segurança, educação, saúde e igualdade.
No entanto, o nosso mundo está repleto de injustiças hediondas. Guerras implacáveis, regimes opressores, discriminação racial, violência de género, tráfico humano e exploração laboral rasgam o tecido da dignidade humana.
Precisamos de acordar, de perceber que a indiferença é uma cumplicidade silenciosa.
Atualmente, duas regiões destacam-se pelos conflitos e sofrimentos que impõem a milhões de inocentes:
A Ucrânia e a Faixa de Gaza.
Na Ucrânia, a guerra provocada pela Rússia continua a devastar vidas e comunidades.
Desde a invasão em 2022, milhares de civis foram mortos e milhões foram forçados a abandonar as suas casas, enfrentando um futuro incerto como refugiados. Cada explosão, cada bala, é uma afronta à humanidade, um crime contra o nosso próprio futuro.
As potências mundiais discutem sanções e estratégias, mas, enquanto isso, a população ucraniana sofre diariamente. A comunidade internacional deve intensificar os esforços para encontrar uma solução pacífica e duradoura, priorizando a dignidade e os direitos humanos.
Simultaneamente, na Faixa de Gaza, um dos conflitos mais prolongados e complexos do mundo, continua a ceifar vidas. Crianças crescem no meio do medo constante e da violência, com escolas e hospitais frequentemente atingidos. A crise humanitária em Gaza é agravada pelo bloqueio económico, que limita o acesso a recursos essenciais e serviços básicos.
A solução para este conflito requer mais do que intervenções militares. Necessita de uma abordagem humanitária e diplomática, que respeite os direitos e aspirações de todos os envolvidos.
E não é apenas em zonas de conflito que os direitos humanos são violados. Nas democracias ocidentais, a discriminação racial continua a ceifar vidas. A violência policial contra minorias é uma ferida aberta, uma lembrança constante de que a igualdade ainda é uma promessa não cumprida.
Quantos mais George Floyds terão de morrer para que a sociedade desperte e reconheça que a vida negra importa?
As mulheres, metade da população mundial, continuam a ser alvo de violência e opressão, nomeadamente nos países islâmicos.
Desde a mutilação genital feminina, aos casamentos forçados, passando pela violência doméstica, as mulheres são tratadas como cidadãs de segunda classe em muitas partes do mundo, inclusivamente na Palestina. Cada mulher que é agredida, cada menina que é mutilada, é uma derrota para toda a humanidade.
A exploração laboral é outra face cruel desta realidade.
Em muitas partes do mundo, homens, mulheres e até crianças trabalham em condições desumanas, por salários de miséria, sem qualquer tipo de proteção. Normalmente quem usufrui deste tipo de escravatura são grandes marcas a nível mundial e internacional. Esta forma moderna de escravatura é uma mancha indelével na nossa consciência coletiva.
Como nos podemos considerar civilizados quando permitimos, com o nosso silêncio, que seres humanos sejam tratados como mercadorias?
Perante esta realidade, não podemos permanecer em silêncio.
Eu, mesmo não me envolvendo em partidarites, não posso ficar indiferente.
Fico revoltada com a indiferença e a indolência de certos seres humanos.
Precisamos de agir! De nos levantar em defesa dos que não se podem defender.
Governos e organizações internacionais têm responsabilidades inegáveis, mas a mudança começa em cada um de nós.
Podemos apoiar as ONGs, podemos educar e sensibilizar aqueles ao nosso redor. Podemos e devemos ser a voz dos sem voz. A violação dos direitos humanos é uma urgência que nos interpela a todos. Precisamos de construir um mundo onde cada vida seja sagrada, onde cada pessoa possa viver com dignidade e liberdade. Esta é a nossa missão, o nosso dever inadiável. Porque, no final, a verdadeira medida da nossa humanidade reside na forma como tratamos os mais vulneráveis entre nós. A indiferença é a pior das crueldades. É hora de agir, de gritar por justiça, de proteger aquilo que nos torna humanos.Os interesses políticos por trás de toda esta instabilidade global não podem ser ignorados. O risco de um conflito mundial aumenta à medida que as tensões se intensificam, e a responsabilidade de evitar essa catástrofe recai sobre todos nós. Este é um apelo urgente à sensibilidade global. É preciso despertar, agir e exigir a proteção dos direitos humanos em todas as suas formas. Somente assim poderemos garantir um futuro de paz e dignidade para todos.
Queridos leitores, durante o mês de Agosto vou estar ausente. Voltarei de novo em Setembro com mais algumas coisas para vos contar.
Até lá, boas férias para todos.
Manuela Jones