Ouça, o bem amado! (Voz da Divina Sabedoria)

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Eu sou a realidade do mundo, o centro e a circunferência.

Eu sou as partes e tudo.

Eu sou a vontade estabelecida entre o céu e a terra.

Eu criei a percepção em você apenas para ser o objeto da Minha percepção.

Se você me percebe, percebe a si mesmo.

Mas você não pode me perceber através de você.

É pelos meus olhos que você me vê e te vê.

Não é pelo seu olhar que você pode me ver.

Bem gostado!

Tantas vezes te chamei e não me ouviste.

Tantas vezes te mostrei e você não me viu?

Tantas vezes me fiz um cheiro doce, e você não me sentiu

Comida saborosa, e você não provou.

Por que você não pode me alcançar, através dos objetos que você vê,

Ou respirar através dos aromas?

Por que você não me vê? Por que você não me ouve?

Por quê? Por quê? Por quê?

Para você minhas delícias superam todas as outras delícias,

E o prazer que eu dou a você excede todos os outros prazeres.

Para você, eu sou preferível a todos os outros bens,

Eu sou a beleza, eu sou a graça.

Me ame, me ame sozinho.

Fique perdido em mim, só em mim.

Anexar-me

Ninguém é mais íntimo do que eu.

Outros te amam por si mesmos,

Eu te amo por você.

E você, você foge de mim.

Bem gostado!

Você não pode me tratar com equidade,

Pois se você se aproximar de Mim,

É porque então me aproximei de você.

Eu estou mais perto de você do que de você mesmo

Sua alma, sua respiração.

Quem entre as criaturas

Você agiria assim com você?

Eu estou com ciúmes de você contra você

Eu não quero você para mais ninguém

Nem para você mesmo.

Seja meu, para mim, como você é em mim,

Sem você mesmo sabendo.

Bem amado!

Vamos para a união.

E se encontrássemos a estrada

O que leva à separação

Nós destruiríamos a separação.

Vamos de mãos dadas.

Vamos entrar na presença da verdade.

Que ela seja nossa juíza

E imprima seu selo em nossa união

Para sempre. "

 http://www.youtube.com/watch?v=zEroIpr2Yes

(Ibn Arabi (poeta Sufi nascido em Beja)

Canção final do Livro das Teofanias,

citado por Henri Corbin em:

A imaginação criativa no Sufismo

de Ibn Arabi, p.137), poeta nascido em Beja

In António Olayo