FEZ-SE BANCO
Estive aqui a pensar e descobri que somos postos de parte nestas coisas em defesa dos mais jovens.
Andei a investigar, esgadanhar, dar voltas ao miolo para saber qual é a razão para esta falha. Porque não querem saber das que subiram a idade dos 30 e por aí fora?
Foi complicada a investigação, não nego, por isso vou partilhar nesta minha crónica d’O Ponney o complicado processo para a minha investigação. Acho que estas defesas dos mais novinhos é para que se fixem mais jovens em Portugal, ou lá o quê! Uma coisa parecida com coxear, claudicar ou andar inclinado apenas para um dos lados. O que em vez de caminharmos com rapidez, acabamos a coxear e muito!
Claro que não deve ser importante a junção entre pessoas de idades diferentes, nem aumentar as condições para que haja mais trabalho. Isso NÃO deve ser muito importante. Pelo menos aos olhos dos governantes que ganham eleições. Que são mais inteligentes do que os que não são eleitos. Disso, minha gente, não tenho dúvida. Por isso não vou investigar pela política, essa coisa confusa e difusa que nos baralha mais a moleirinha do que nos ajuda. Um verdadeiro labirinto diabólico!
Eu, que sou mais terra-a-terra, procurei a razão no terreno.
Procurei à minha volta e não é que me foi cair no colo as informações que procurava! Mesmo ao meu lado num banco de jardim um jovem casal. Ele rapaz para os 19 ou 20 anos, ela da mesma idade arrolhavam como pombinhos. Foram os alvos da minha investigação.
Perguntam o que é que uma conversa de um casal jovem têm a ver com a minha investigação sobre os apoios aos jovens?
Tem a ver sim! É nestas conversas de casal que entendemos os jovens sem filtros. Ah pois é! Isso e a minha vontade de coscuvilhice, tenho que confessar. Caso contrário ia-vos maçar com essas coisas que não interessam nada como a filosofia, a política, o futebol...que horror!!! Credo, credo!
Então vamos lá regressar ao jardim: estava eu num banco desses bancos engraçados, ali ao pé de quem sai do passeio e entra no jardim. Aquele jardim que cortaram as grandes árvores para qualquer coisa mais importante...sabem qual é?
- Exactamente! É esse mesmo!
Ao lado do meu banco, para aí uns dois a três metros (mais metro menos metro) estava o tal casal jovem. Dizia o rapaz para a moça:
«- Para casares comigo tens que desistir de muitas cenas. Tás a ver? Tipo vestires roupinha deste tipo... Tipo não podes ir sem me avisares; tipo não podes ir com os teus friends...alinhas desistir dessas cenas? Tás a ver?»
A moça olhou para ele, sorriu e respondeu quase imediatamente. Na realidade demorou cerca de quatro segundos antes de responder ao rapaz: «- YA!»
Ele olhou para ela com muita ternura. Segurou no queixo da rapariga e com o ar mais apaixonado disse-lhe: «- Que foooofaaaa!»
Ela fez o sorriso mais terno que uma jovem pode fazer dirigido ao rapaz e respondeu-lhe com toda a ternura: «- YAAA! Até desisto de andarmos!» Levantou-se e virou costas ao razpaz que ficou sem palavras!
Eu, que estava à coca do que se passava, pensei com os meus botões que “afinal não há diferença nenhuma entre gerações”.
Fica então a moral desta história: deixem de usar expressões como “cenas”, “tipo”, “YA” e “fooofaaaaa” - por favor! É que os mais-velhos até podem ficar a decidir se querem comer ou pagar os medicamentos, mas, ao mesmo tempo, ouvirem essas expressões já é demais!
Maria Júlia