FAZER POUCO DE QUEM TRABALHA

ROSARINHO PORTUGAL 56

 

Não consigo fazer piada com o que está a acontecer em Portugal. Pois para a maioria dos portugueses, o aumento de salários, nomeadamente do Salário Mínimo, não se faz sentir no dia a dia das pessoas, das famílias.

A carestia de vida é uma constante e por isso não sentimos qualquer melhoria no poder de compra.
A alimentação, tem vindo a aumentar quase todos os meses, os medicamentos estão cada vez mais caros e uma tendência para encontrar genéricos esgotados ou inexistentes. Quanto a eletricidade, gás e água, é uma fatia bem pesada para as famílias. As rendas é o que sabemos, a preços absolutamente proibitivos.
Até agora apenas mencionei bens essenciais! Chegados ao fim do mês, para muitos, o salário não é suficiente, quanto mais para pequenos extras!

Tem sido notícia de hipóteses que o Governo equaciona colocar em prática, para tentar que os trabalhadores mensalmente tenham mais dinheiro disponível.

Mas será que o pagamento dos subsídios de férias e o 13º mês pagos em duodécimos, não é ainda fazer pouco de quem ganha míseros vencimentos?

Para a maioria, os meses em que recebem o vencimento a dobrar, é a forma que encontram para, colocar contas em dia, ou ter a possibilidade, de fazer uma obra necessária em casa, uma ida ao dentista, atualizar as lentes do óculos, etc, etc, etc.

Tudo bagatelas, mas para quem ganha pouco e ao preço a que está tudo, a espera desses subsídios , é a forma para muitos respirarem fundo.

Outra situação a ser equacionada pelo Governo, é a possibilidade de comprar férias. Mais uma medida que só poderá ser vantajosa, para quem usufrui de altos vencimentos.
Continuamos quase no fundo da tabela a nível salarial, mas já o mesmo não se pode dizer, no que diz respeito ao poder de compra.

Portugal é o 10º país com uma estimativa de receber mais turistas, mas ao mesmo tempo, há notícias que para nós portugueses, o Algarve, por exemplo, está demasiado caro, talvez seja melhor ir até à vizinha Espanha, que está em 3º lugar no TOP 10 de estimativas de escolha para férias.

Em suma: Para os portugueses a vida não está nada fácil! Ganhamos pouco, há faltas de condições de trabalho e a prova do descontentamento, generalizado a vários sectores, vê-se nas greves consecutivas e no crescimento de partidos extremistas.

Portugal, tem muito que pedalar para dar alento aos portugueses. E depois, assistimos a grandes injustiças: Os salários dos políticos e de outros lugares na Função Pública, são a prova disso. Ainda se víssemos políticos prontos para servir e não se servir…

E no Privado, chefias e outros, ganham altos vencimentos e o trabalhador que faz girar a roda, coitado, recebe migalhas.

A injustiça aumenta e espera-se que a população não reclame, não entre em populismos e que use práticas de sustentabilidade?
É só para pensarmos.


Rosário Portugal