Editorial 25/07/2025
SOL E ÉTICA
A verdade é que a ética, como disciplina na filosofia, foi morrendo aos poucos. No século XXI já não causa indignação um político eleito dizer publicamente que «cada um tem a sua ética». O que vale é o sol que nos vai alegrando.
O código deontológico ainda é considerado, e respeitado, por algumas profissões no sentido de garantir a excelência do trabalho, a confiança pública e o respeito pelos direitos dos cidadãos. Mas reduz-se ao código deontológico.
Na nossa vida do dia-a-dia, está a ganhar, cada vez mais, a ideia onde cada pessoa “inventa” a sua conduta, obrigando os outros a aceitarem a sua própria “ética”. Numa absoluta contradição entre desejar ser respeitado e não respeitar a opinião do outro. Também numa outra contradição que é a de concordarmos com as regras claras para profissionais, ao mesmo tempo que concordamos, ou nos abstemos, com a abolição de regras para qualquer cidadão ou político eleito.
A ética foi expulsa com um letreiro colocado nas costas onde diz “religioso tonto”. Reduzindo a ética à religião A ou B. Mas o preço que se paga por uma aparente liberdade sem regras é alto. O século XXI pode vir a pagar um preço demasiado alto pela sua guerra contra o humanismo, que já toma forma nas guerras que andamos a assistir.
A falta de ética entra-nos em casa e já se vê nas televisões.
Por exemplo, ontem assisti num canal aberto ao comentário de uma ilustre ministra que dizia: “o despedimento nas empresas é perfeitamente humano, porque garante a sobrevivência da empresa para garantir os postos de trabalho necessários”. As necessidades de uma empresa sobrepõem-se às necessidades das pessoas?
Ou perguntando de outra forma: o problema das empresas não será a enorme taxação do Estado que asfixia a sua economia? Quanto paga uma empresa ao Estado por cada trabalhador contratado? Não será esse o maior entrave à sobrevivência de empresas enquanto contratadoras?
Inverter as prioridades de forma propositada ou de arrogante ignorância é, também, colocar de parte a ética.
O que me parece é que se inverte a prioridade sem que exista consideração pelos outros. Que é essa a verdadeira questão da ética: as regras necessárias para se garantir o respeito pelos outros e pela natureza. É, na sua base, a crença na humanidade.
Por isso gostava muito que as críticas aos erros dos governantes fossem falsas, inventadas (ou como agora se diz em moda: “fake news”) mas infelizmente não são! E a vergonha de estar a aumentar a pobreza em Portugal, de o custo de vida estar desajustado com o que se ganha, de aumentarem as pessoas endividadas com bancos ou instituições de empréstimos para pagarem a sua sobrevivência provam que, infelizmente, as críticas à falta de ética de governantes é verdadeira.
Com a missão de exigir a ética iniciamos com o artigo «UM PRESIDENTE QUE SABE DE MENOS».
O segundo artigo traz os argumentos favoráveis e desfavoráveis para tornar os STMTUC numa empresa municipal. Sendo para aprovar ou esquecer é importante que se conheçam os factos.
O artigo «IPO COIMBRA - 1 DIA ADICIONAL DE FÉRIAS» dá a voz ao Conselho de Administração do IPO - Coimbra sobre a legalidade ou não da medida que exige 1 dia adicional de férias aos enfermeiros. O artigo apenas traz a questão da legalidade, não da necessidade e fica o compromisso de abordarmos esta questão pelo lado da necessidade destes profissionais de saúde.
No século XXI cada vez mais coloca-se a questão do ensino superior abrirem as portas às pessoas de mais idade. É uma questão que está a tornar-se cada vez mais importante. Considero fundamental que se pense mais sobre esta nova medida. O artigo «ABRIR PORTAS DO ENSINO SUPERIOR AOS MAIS VELHOS» aborda este assunto importante.
Apesar da garantia do senhor ministro da Educação de não tirar o assunto da “educação sexual” do currículo escolar, convém perceber do que se trata e termos mais informação antes de embarcarmos em posições mais apaixonadas do que racionais. Esta questão divide a Esquerda da Direita, mas convém ouvir-mo-nos a todos antes de tomarmos uma opinião. Traz-nos o artigo Daniela Sousa com o título «ONDA DE CRÍTICAS CAI SOBRE A DECISÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO». Fica para que cada um tenha a sua opinião.
Depois damos a excelente notícia «MARIA CLARA CONQUISTA OURO PARA PORTUGAL». Com uma luta feita individualmente com este resultado e escrita pelo nosso amigo Paulo Simão.
Nos artigos de opinião abrimos com o artigo da nossa sempre apoiante Rosário Portugal com o seu artigo sobre « “COM E SEM CARÁTER” - A DIFERENÇA» - sim é de ética o assunto base.
Depois apresentamos o esclarecimento sobre a lenda de Coimbra pela crítica da nossa recente amiga Maria Júlia que nos traz o seu a seu dono «LENDA DE COIMBRA USURPADA A CONDEIXA-A-VELHA», Uma questão polémica e muito interessante.
A situação de uma antiga injustiça lembrada pela nossa sempre presente Manuela Jones que nos traz «MINAS DE SÃO DOMINGOS E ESCRAVATURA DOS TEMPOS MODERNOS» Uma opinião que vale a pena ler com atenção.
José Vieira, Jornalista e Presidente da Mesa da Assembleia da APMEDIO, traz-nos a questão das injustiças na comunicação social e das suas polémicas com o artigo «ESTÁ NA HORA DE MANDAR UM MURRO EM CIMA DA MESA». Terminamos os artigos de opinião com o texto «PARA QUE SERVE UM CONSELHO ESTRATÉGICO MUNICIPAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE COIMBRA E UM CONSELHEIRO COMO MEMBRO ATIVO?» da responsabilidade de Adriano Ferreira.
Que tenham um excelente fim-de-semana devidamente “iluminado” para estarmos mais esclarecidos.
José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney