Editorial 20-04-2019

 Tremidelas

E, de repente, o país acordou. Não porque a terra tenha tremido, mas tão-somente um pequeno sindicato, alheio a partidos e a configurações da esquerda ou da direita, um sindicato como todos o deviam ser, independente e livre, resolveu fazer uma greve. Tremeu a geringonça, tremeu a presidência e tremeu o país na iminência de uma paralisação total.

O governo da geringonça tem andado a gozar, rindo e troçando dos enfermeiros, dos professores e de outras classes sociais que queiram fazer ou façam greves, nunca longas porque o custo de vida está pelas ruas da amargura e cada dia sem vencimento incomoda e bem a carteira de cada pândego; sim, porque as greves, até ao momento, têm sido mais de festa que de reivindicações.

Todavia, a dos camionistas, não. Foi um aviso grande e sério: uns dias sem combustíveis, e é a falência total da economia; sentiu-o o povo, sentiram-no, desta vez, Costa, o adjunto de Sócrates, e sentiu-o, igualmente, o Ti Celito das “selfies” que parece ter percebido que o país precisa de um Presidente a sério…

Feitas as “pazes” assentes em promessas, o país retomou a [quase] normalidade com as personagens a pensar no que isto vai dar, com a geringonça – como na história do pedido de tempo pedido pelo camponês ao rei para acabar de ensinar o burro a ler – à espera do que isto vai dar, ou melhor, como é que se vai safar; e o presidente já de rosto fechado, às aranhas e aranhinhas, à espera do colapso de uma governação de política aldrabona que continua a endividar o país cada vez mais.

Para sorte de Costa – deixou de se falar na greve dos camionistas e nas suas circunstâncias – aconteceu a tragédia na ilha da Madeira com dezenas de mortes de pessoas em gozo de férias na paradisíaca ilha. O azar de uns é a sorte de outros.

Por cá pela cidade, tudo na mesma; não como a lesma mas como o porco espinho, com Machado cada vez menos activo, atarantado, à procura do seu aeroporto, que, afinal não passou, como previmos, de uma miragem ébria de um político que faz jus ao ditado de que com papas e bolos se enganam os tolos.

Já está no papel em aprovação na AR: vai ser criada uma nova linha rápida de caminho de ferro entre Aveiro e Vilar Formoso, proposta pelo BE.

Como se vê, Marisa e Beleza, tal como Machado, defendem Coimbra com unhas e dentes.

É Páscoa, nada de continuar a bater no ceguinho. Dia FELIZ.

ZEQUE