Editorial 18-02-2023

É CARNAVAL, NINGUÉM LEVA A MAL

 

 

Tenho saudades do antigo entrudo hoje virado carnaval. Era interessante ver cada um vestir-se à sua maneira e actuar como tal. Não havia grupos aprimorados, sentia-se o calor da individualidade mesmo quando se ia de burro ou se fazia a figura do bicho.

Tinha dois dias, o domingo e a terça-feira, principalmente esta.

Presentemente, em vez de começar no “domingo gordo”, começa logo “gordo” no princípio do ano e acaba “magro” no seu fim.

Não levem a mal, dá-me para brincar com coisas sérias. Não vou à rua à cata de novidades, relembro e repenso anedóticas situações.

Viro-me para um lado, e lá vem o MM (Mercado Municipal) que, após a inauguração e com eleições à beira, MM (Manuel Machado) mandou colocar no frontispício em letras garrafais. Que desperdício, penso; há que encontrar um rumo adequado, avento para com os meus botões, sem predizer soluções.

É assim: todos comentam; raros, contudo, são os que indicam viabilidades.

Nas cantinas universitárias continuam as contestações habituais: má comida, preços exagerados, etc. Em casa, de ou com certeza, talvez alguns dos contestatários comam pior e mais caro.

É assim: protestar, quanto mais, melhor, pois importa não adormecer. Só que muitas vezes não se é ouvido, e o tecto vem abaixo e lá vai a malta de capacete com medo de que aconteça nas outras o que sucedeu na pala da cantina no edifício da Oliveira Matos…

Lembram-se daquele “Zé povinho” que encantava e coloria alguns estabelecimentos, principalmente mercearias e tascas, que tinha inscrito na base “Hoje não se fia, amanhã, Sim”. Fiel a tal princípio, o ministro das infraestruturas do (des)governo do Ex paquete de Jorge Sampaio e braço direito de Sócrates, sem vergonha na fuça, vem agora prometer a requalificação do IP3 para 2024… Conversa fiada, apenas; ou de encher papo, dirão outros.

Se queres conhecer o vilão, põe-lhe o chicote na mão. Firme, de costas quentes, Costa veio afirmar publicamente a “nacionalização” das casas devolutas. Como “disse” Paulo Portas, “Já sabíamos o que era a Remax, agora passamos a saber o que é o dr. António Costa transformado em 'Re-Marx'”.

Só vista e ouvida tal jactância é que se pode entender a “qualidade” do PM que o país tem. A “Venezuela” pode acontecer mais cedo do que se espera. Mas não só.

Nunca tive o Ti Celito na conta de um “nonho” – na linguagem popular “nonhas” – mas chegou-me ao conhecimento que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu ao Conselho das Ordens de Mérito para averiguar, depois de ter condecorado, em janeiro, o empresário Adriano Cardoso com a Medalha da Ordem do Mérito. Segundo avançou o Correio da Manhã, o empresário tem uma dívida ao Fisco de “cerca de dois milhões de euros”.

A justiça em Portugal não funciona para os ricos. Marcelo pode esperar sentado pela resposta, que, sejamos sinceros, lhe não importa.

Não há almoços nem jantares grátis. Muito menos quando são almoços e jantares.

Mesmo assim, vamos lá ver no que isto dá. Em nada já se vê. Todavia, preocupa-me bem mais que Câmara e PSP não aprovem o Cortejo da Queima no Domingo. É que ando sempre à espera de que o cortejo aconteça. Gosto de estar presente.

Imagens retiradas da net

ZEQUE