Editorial 11-03-2023

 

Só “dores”

 

A sério – e não à séria como dizem lá para os lados de Lisboa -, a sério, repito, vivo enfastiado neste país sem rei nem roque a que ainda se chama, e continuará a chamar Portugal.

A podridão lisboeta, cada vez mais sórdida, continua a avançar e a arregimentar: do descalabro económico e social, em queda livre, não obstante a publicidade de engajados em contrário, não se espera bom fim; da luta dos professores e enfermeiros também nada  virá de interesse para estas classes tão mal maltratadas por um governo bronco, de nariz arrebitado, de “famílias” e “compadres, um (des)governo de promessas.

Como dizia o povo – hoje já nem “povo” há! – “se queres conhecer o vilão, põe-lhe uma vara/ um chicote na mão!...  E cá se vai andando tudo a reboque ou a pontapés no rabo.

Primeiro foi a guerra na Ucrânia a encher as páginas dos tabloides e os ecrãs das TVs; agora acrescenta-se-lhes o problema dos abusos sexuais na Igreja Católica, mais uma “diversão” para esconder as mazelas de governantes, que, eleitos para governarem, se governam.

O número um do país continua atento e interventivo. Ainda hoje, sábado, defendeu que devem ser tomadas medidas cautelares nos casos de abusos sexuais na Igreja Católica e que isso inclui “afastar do exercício de funções ou de responsabilidades pastorais quem deve ser afastado”.

Nem La Palisse diria melhor nem Maquiavel actuaria com tamanha astúcia. O país afunda-se mas sobre isso não diz nada. Como dizia um professor que tive no liceu, o dr. Albuquerque, “Quem vier depois do último feche a porta”

 

Por Coimbra, que continua a ser a Lusa Atenas, as coisas correm com altos e baixos. A edilidade ainda mal teve tempo de conhecer os problemas da cidade e dos seus equipamentos, e já se lhe pede isto, aquilo e aqueloutro, “casos” para anos e não para dias: a cidade está em obras por tudo quanto é sítio, esburaca-se aqui, ali e acolá, mas as pessoas pensam que as coisas se podem fazer sem sacrifícios… Preso por ter cão e preso por não ter.

A cidade cresce e moderniza-se. Por muito que custe aos derrotados. A Universidade impõe-se, cada vez com mais força, no MUNDO.

 

Abri a televisão para ver se adormecia. Sim, que os programas da RPP ajudam. Todavia, dei-me com um programa que me pareceu de alguma reposição carnavalesca: gajos vestidos de gajas, gajas de roupas atrevidas; tudo mais ou menos amalucado e “escandaloso”. Até a apresentadora com uma dicção tal que não percebi nada do que dizia.

Afinal estávamos no “Festival da Canção”.

Aguardei para ver quem vencia:

Foi Mimicat, nome artístico da cantora Marisa Mena, de 38 anos, que já tinha participado numa das semifinais do festival em 2001, na altura com o nome Izamena.

Apesar da coreografia espampanante e erótica – mais por isto que por aquilo - até gostei da actuação da nossa Mimicat.

E assim vai este país e esta nossa cidade: tudo em bolandas, umas positivas e outras negativas.

 

ZEQUE