Editorial 05-06-2021

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Do meu porto de abrigo vejo o mar,

  Naquela estrada, por onde passara o vento dos meus Outonos, chegara o dia em que me recordara de seu nome. Não sei bem de que coisa se tratara, um pouco rara, inédita e ao mesmo tempo misteriosa. Fora, em tempos, o meu refúgio simplesmente para me encontrar com ela. Não pudera saber, que fora tal coisa assim de importante, que me gravara para sempre aquele momento inesperado. Acordei várias vezes à mesma hora do dia, porque de noite nunca adormecera, era tempo perdido, pensara eu.

Do meu porto de abrigo vejo o mar,

  Na manhã seguinte, despertara a meu lado aquele ser deslumbrante e timidamente aceso, que se revelara ser impaciente. Quanta inquietação houvera naquele elemento para que me apercebera que em seu mundo estaria eu. Navegara, navegara até ao cais da velha barca amarrada a seus extensos, finos e quebradiços cabelos. A culpa fora da água salgada que tolhera toda a sua fortaleza marinha.

Do meu porto de abrigo vejo o meu mar.

 

Cébazat, sábado dia 5 de Junho de 2021

Autoria Sofia Geirinhas

A poetisa de pé-descalço

Não respeita o AO(90)

Imagem retirada da net - Praia da Salema - Algarve