O RUIR DE UM SONHO

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A vontade de escrever hoje é...nenhuma.

Confirmou-se aquilo que há muito estava à vista de todos: uns clubes têm treinadores ambiciosos e sabedores que empurram as respetivas equipas para cima, outros têm umas figuras irrelevantes, inexperientes, inábeis, que se constituem como menor valia e condicionam e limitam drasticamente as capacidades do grupo.

Rui Borges é mais um que terá de ir para a já longa galeria de treinadores que chumbaram rotundamente na sua passagem por Coimbra e que deixaram marca muito negativa.

Hoje, mais uma demonstração de incompetência e teimosia (que normalmente lhe está associada). Voltou a insistir e a impôr a tática de sair a jogar de trás, a partir do guarda-redes, com o resultado que ao longo da época se tem repetido por diversas vezes - GOLO DO ADVERSÁRIO.

Voltou a mostrar aversão à mudança e apesar de a equipa ter ficado muito cedo em desvantagem e a carburar mal, o que aconselhava modificações logo ao intervalo, só na fase final da partida, tarde e a más horas, decidiu fazer as substituições.

Voltou a não perceber que não há lugares cativos e que jogadores em má forma ou a atravessar evidentes dificuldades físicas, não podem ter sempre assegurado o lugar de titular indiscutível.

Numa jornada em que nenhum dos rivais diretos venceu e em que se abriam por isso ótimas perspetivas para consolidar o estatuto de candidato aos lugares do pódio, é inaceitável, incompreensível, frustrante, desperdiçar tal oportunidade e voltar a perder em casa, com a agravante de oferecer de bandeja, desde já, a subida ao Estoril.

Infelizmente, perspetiva-se mais uma época falhada e de desilusão. Não se pode falar em falhanço rotundo, porque as expectativas eram baixas, as ambições mínimas. E esse foi um enorme erro, indesculpável, cometido pela Direção. Preferiu não assumir o objetivo da subida para não correr o risco de vir a ser acusada de incumprimento das metas estabelecidas, desvalorizou a qualidade indiscutível dos jogadores que reuniu e da equipa que constituiu, escondeu-se atrás da escolha de um treinador medíocre, para tudo justificar. Sem ponderar devidamente que as vicissitudes desta época anómala tornavam mais apetecível e menos penosa a caminhada rumo à subida, desde logo porque, este ano, não houve a concorrência, especialmente forte, de equipas vindas da 1ª divisão.

Erro crasso que compromete, não sei por quanto tempo mais, o ansiado retorno à 1ª Liga, objetivo cada vez mais distante e difícil e em que cada vez acredito menos.


Jorge Pedroso de Almeida

Imagem: CATARINA MORAIS/KAPTA