AAC/OAF: ESTÁ NA HORA

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A Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol, um Clube sucedâneo, por razões políticas pós o 25 de Abril.74, ao que foi a AAC/Universidade/Academia, está em 10.o lugar, como o Clube mais antigo do Mundo.

Fundado a 23 de Novembro de 1887, a Académica a de Coimbra, tem um historial e um palmarés que é a grande marca e a mancha de água do seu emblema.

A militar na 2.a Divisão, ocupa, presentemente, o 3.o lugar, a apenas 2 pontos da equipa que vai em 1.o, o Estoril Praia e, a 1 ponto, do 2.o, o Feirense.

Esta temporada. a vida está a correr-lhe de feicção e dizem os entendidos, em matéria de futebóis, que nesta época, a de 2020/21, poderá ascender à I Liga, porque, e daqui para a frente, o calendário lhe é favorável. Se quiser, adiantam esses “espertos” da bola, pode mesmo alcançar o lugar cimeiro se, e daqui até ao final, não se atrapalhar, se desleixar ou se desmotivar.

A AAC/OAF, desprovida de fundos, a mais em tempo de pandemia, sem público nos estádios e com falta, como muitos outros clubes, de subscritores publicitários que apoiem a equipa, tem feito das tripas-coração para pagar vencimentos e não se deixar atrasar nos seus outros deveres.

A Académica de Coimbra, uma verdadeira Instituição da Região, do País e com pergaminhos Internacionais, tem na sua dinâmica e na sua história, uma mística própria. Os seus atletas (não profissionais à época), muitos deles, mais de 2 ou 3 centenas, estudavam e jogavam à bola, acabando por se licenciarem e saíram da equipa com um canudo/enxada na mão. Essa carga, que era a matriz da Instituição e se apresentava como um espírito que lhe manifestava uma estranha forma de vida e uma força-emoção, impregnaram-na de uma imagem única e arrebatadora, como exemplo de mistura entre futebol e estudos.  

A Académica tornou-se, no decorrer de décadas, uma Escola de Futebol, de Estudos, e de Virtudes Humanas e da malta-estudante de Coimbra.

A Académica, a de hoje, já um tanto afastada dessa realidade, porque os tempos são outros, tem de se planificar a este tempo, o de um futebol-indústria que não pode viver de recordações do passado. Estas ficam resguardadas no seu Museu e nos Troféus que o mesmo exibe para a história.

A Académica de Coimbra, de tradições enraizadas na sua Academia, na Cidade, na Região e no País, tem se reconstruir, de se reorganizar e de se transformar para não ficar refém de surpresas financeiras que a possam estrangular.

Por isso, quero dizer que está na hora, apesar da pandemia e dos seus constrangimentos, de se discutir o futuro da Académica, que deve passar por uma acção de promoção de sócios e de apoios-colaboração, junto das populações, sejam da Cidade, do Centro do País e dos saudosos ex-estudantes espalhados pelo País, que queimaram as pestanas a estudar na vetusta Universidade, além de se erguer um projecto para se angariar a ajuda de empresas que se pretendam projectar na imagem de marca que a nossa Briosa continua a espalhar por toda a parte… 

António Barreiros