VALE A PENA SER MOTORISTA DO “METROBUS”?
Em Coimbra, não há motoristas suficientes para conduzirem os autocarros municipais dos SMTUC. Nem os ordenados nem as condições laborais são atrativas para se resolver o problema da falta de motoristas. Por outro lado o “MetroBus” em Coimbra vai agravar ainda mais este problema.
Grande parte, dos atuais motoristas dos SMTUC, vão entrar na reforma e os que são recentemente contratados não preenchem as necessidades dos SMTUC. Isto motivado pelos baixos ordenados e às muitas responsabilidades exigidas a cada motorista - essas são as razões invocadas pela Comissão de Trabalhadores dos SMTUC que concorda com as greves feitas em Coimbra.
Por outro lado o executivo da Câmara de Coimbra não consegue resolver o problema, apesar do candidato José Manuel Silva, atual presidente da Câmara de Coimbra, ter prometido, durante a campanha eleitoral para as Autárquicas, aos motoristas dos SMTUC uma solução que passaria por ir com a Comissão de Trabalhadores dos SMTUC a Lisboa e tratar diretamente com o Governo. Em último caso, se o Governo fechasse as portas à negociação, o candidato e agora eleito presidente da Câmara de Coimbra, iria passar os motoristas para a carreira de “assistentes técnicos”.
Volvidos quase 4 anos da tomada de posse o problema continua por resolver e não foram cumpridas as promessas feitas em campanha eleitoral aos próprios motoristas dos transportes urbanos de Coimbra.
Agravando este problema com a falta de reestruturação dos SMTUC. Como não há motoristas as linhas teriam que voltar a ser desenhadas para criar uma escala de serviço adequada com a quantidade de autocarros e motoristas.
Porém a verdade é que as chamadas “escalas extraordinárias” continuam sem alteração, mesmo com a falta de motoristas nos autocarros municipais. Este é um problema reconhecido em reuniões de Câmara pela Vereadora com este pelouro, Ana Bastos. Faltando cumprir a 17ª ação das 112 ações prometidas para o Concelho de Coimbra que diz: «Tornar os SMTUC um meio de transporte fiável em que as pessoas possam confiar para os levar a horas ao seu destino». Nada disso se está a verificar.
Perante os incómodos, que obrigam os diversos pontos de obras na cidade, onde a Câmara de Coimbra autorizou que as diversas obras para o “MetroBus” se juntassem às obras pedidas pelas Águas de Coimbra, espera-se que a cidade passe a ter um melhor meio de transporte. É essa a esperança de todos quantos se deparam com condicionamentos do trânsito na cidade.
Ora por que se falou nos ordenados dos motoristas dos autocarros municipais leva-nos à pergunta: então quanto ganhará um motorista de Metro?
Fomos procurar o salário bruto base de um motorista do Metro de Lisboa que ronda os 1.300 a 1.400 euros, aos quais somam as componentes salariais variáveis e subtraem os descontos para a Segurança Social e o IRS. As variáveis em causa são o subsídio de agente único ou o subsídio por trabalho noturno, mas também o trabalho em dias de feriado.
Isto para motoristas do Metro de Lisboa. Para Coimbra a situação é muito diferente, segundo alguns candidatos que mostravam interesse em se tornarem motoristas de Metro. O ordenado apresentado era o do ordenado mínimo, 820 euros, isto para a responsabilidade de trabalhar como motorista do “MetroBus”. Segundo informação de candidatos para o lugar. Porque O Ponney ainda não teve respostas sobre a média de ordenados par este tipo de motoristas.
Disseram os candidatos que «o ordenado proposto aos motoristas do “MetroBus” prova que não é para Metro, mas apenas para motorista de autocarros».
Entretanto a empresa Metro Mondego já gastou mais de 327 milhões de euros para iniciar uma estrada, mais ou menos condicionada, onde passarão autocarros elétricos articulados conduzidos por motoristas que irão receber o ordenado mínimo. O que faz antever que o problema que está a sofrer os SMTUC vai ser reproduzido no “MetroBus”.
AF
09-05-2025