URGENTE REFORMA DO SNS
Com os vários problemas existentes em muitos hospitais por todo o país, o Ministério da Saúde, pede para as pessoas, antes de recorrerem às urgências do hospital, exceto em situações graves, recorrerem primeiro à Saúde 24 ou ao seu Centro de Saúde.
A saúde 24 faz um bom trabalho, pois a partir da triagem encaminham o doente, para o Centro de Saúde ou se tal se justificar, para o Hospital. Quando não há necessidade de cuidados médicos de maior, têm a preocupação de ligar no dia seguinte para saber como a pessoa está. Um atendimento e seguimento impecável.
Mas e os Centros de Saúde? Será que dão o mesmo acompanhamento?
Confrontada com exemplos, vividos por doentes, tudo indica que os Centros de Saúde, pelo menos num, em Coimbra, onde constatámos factos, de que apenas servem para fazer o acompanhamento de consultas de rotina a idosos, na sua maioria uma vez por ano, apresentarem exames médicos e terem uma consulta. O mesmo acontecendo com doentes crónicos.
Estás constipado ou com gripe, muito bem, vai a uma consulta de urgência e lá vem a receita para a medicação. Mas é preciso muito mais! Assuntos que recentemente tomámos conhecimento, deixam-nos muito preocupados.
O Ponney vai relatar casos reais, mas pela delicadeza do assunto não colocamos identificamos as testemunhas deste acontecimento:
Primeiro caso : consulta marcada; análises com valores alterados e preocupantes; marcar consulta para o Hospital, pois o médico de saúde, não consegue dar um diagnóstico. Mais 3 meses de espera. Neste caso tratando-se de uma pessoa jovem, que há cerca de 4 anos apresenta valores muito altos de colesterol, e que em Março fez análises e os valores de colesterol, estão cada vez mais altos, mas nunca foi medicada, foi um deixa andar.
Apesar de ser uma pessoa jovem, pode muito bem fazer um enfarte, pois todos sabemos que o colesterol pode provocar danos desastrosos no coração.
Porém a preocupação do médico de família para com o doente, não foi demonstrada. Revelando uma total falta de conhecimento.
- Segundo caso: um utente por sua auto-recriação pediu para o médico de família passar requisições para fazer alguns exames em inícios de Março de 2024 pois não se andava a sentir bem. A consulta foi marcada para quase 1 mês depois e na véspera foi desmarcada.
O paciente foi a uma consulta do dia e foram pedidos mais exames.
Entretanto teve a consulta com o médico de família e mais exames.
Porém de diagnóstico, nada! E a pessoa a sentir-se mal. Tinha consulta para final de Junho de 2024, mas o mal estar aumentava e decidiu consultar um médico, no privado, pois sujeitava-se a chegar ao final deste mês de Junho e marcarem uma consulta para o Hospital. O paciente considerou que teria que esperar mais 3 meses e considerou que ficaria em risco.
«Um processo que teve início em Março, na melhor das hipóteses, teria um diagnóstico lá para finais de Setembro. Isto na melhor das possibilidades» afirmou o paciente. Estamos a falar de problemas cardíacos que podem ser fulminantes ou colocar a pessoa dependente de outros.
Outra pessoa que O Ponney ouviu com várias queixas de problemas respiratórios, sempre pensando que eram alergias a pólen, ou danos respiratórios provocado pelo ar-condicionado. A tomar constantemente anti histamínicos receitado pelo médico de família, mas durante anos, sempre a sofrer desse mal. Depois de continuar a sentir-se mal e a tomar os medicamentos receitados pelo médico de família resolve ir a um médico numa clínica privada em Coimbra. O diagnóstico do médico da clínica privada considera que é alergia a um medicamento receitado pelo médico de família para baixar a tensão arterial.
A pessoa ficou furiosa!
Anos a sofrer e o médico de família nunca associou que a patologia apresentada, estaria relacionada com as contraindicações do medicamento que andava a receitar há anos.
Houve uma altura em que se podia fazer exames externamente e que depois iam para análise. O processo mudou: para retirar um ponto negro interno, o paciente é reencaminhado para o Hospital, para uma consulta de dermatologia e espera no mínimo 3 meses.
A explicação é que há Centros de Saúde que não têm convenção com laboratórios. O que aumenta o fluxo para os hospitais em vez de os libertar.
Os pacientes que O Ponney ouviu têm uma opinião idêntica:
«Acho que andam pelo pior caminho e se existe serviço muito mal prestado aos doentes, são precisamente os de serviços de saúde básicos. Pelo menos no Centro de Saúde, que como já disse era um Centro de Excelência, mas que agora…»
A pergunta que surge automaticamente: como soluciona o seu problema uma pessoa que não tem condições para recorrer a um médico no sistema de saúde privada?
Talvez esteja na hora de se reformar o Sistema Nacional de Saúde considerando os altos impostos de Portugal e considerando que o SNS tem como missão a promoção, prevenção e vigilância da Saúde em Portugal.
RP