TRANSPORTES DE COIMBRA NÃO CONQUISTAM ESTUDANTES

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A Associação Académica de Coimbra (AAC) promoveu um estudo sobre a perceção estudantil dos serviços de mobilidade urbana em Coimbra. Os resultados são interessantes e um aviso ao que está errado na gestão dos transportes públicos em Coimbra.

O estudo concluiu que 42,1% dos alunos inquiridos diz que a rede de transportes não cobre positivamente os trajetos que precisa. Já 43,1% dos inquiridos diz que a rede cobre as suas necessidades com exceção de algumas linhas específicas e apenas uma pequena parte dos inquiridos, 13,3%, afirmou estar completamente satisfeita.

O presidente da Direção-Geral da AAC, Carlos Magalhães, indicou que o estudo contou com 1.041 respostas, 95% das quais de estudantes da Universidade de Coimbra e a grande maioria (80%) deslocados da sua residência de origem. De acordo com o estudo, são apontadas várias falhas aos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com mais de 80% a indicarem o não cumprimento de horários e mais de metade a criticar a pouca frequência e lotação excessiva dos autocarros.

Afonso Pereira, também do corpo da Direção-Geral da AAC, enfatiza que um dos grandes problemas encontrados centra-se na ligação entre o Polo I e o Pólo II.

Esta ligação não será resolvida com o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), cujo traçado não irá servir diretamente nenhum destes polos da Universidade de Coimbra (UC). Nesse sentido, a AAC propõe um transbordo entre o Pólo II, frequentado por cerca de 7.000 estudantes, e a futura estação da Quinta da Portela do SMM, a mais próxima daquele espaço universitário, enquanto não é assegurada uma expansão da rede do ´MetroBus àquele local.

Talvez falte alguma estratégia de mobilidade em Coimbra, que ainda é considerada uma cidade universitária.

Segundo o inquérito, cerca de 86,9% dos alunos utilizam transportes públicos para se deslocar em Coimbra regularmente, com 77,8% a utilizar este meio de deslocação para instituições de ensino. Além do transbordo no Polo II, os estudantes propõem uma otimização das rotas periféricas e criticam a falta de divulgação e informação em tempo real do serviço, considerando que a aplicação lançada recentemente pelos SMTUC nem sempre funciona para a sua finalidade.

«Como ator regional, também deveríamos avaliar aquilo que são as intenções dos estudantes neste sentido. Acreditamos que muitas das vezes o que falta não é a vontade política, não é a formação de políticas públicas, mas sim a avaliação correta e adequada daquilo que é a vontade dos cidadãos”, afirmou o vice-presidente José Machado.

O Ponney lembra que em Maio, deste ano, os estudantes que frequentam os cursos lecionados no Polo 2 da Universidade de Coimbra (UC) estiveram em protesto, no seu campus, pela «falta de transportes públicos dignos, regulares e suficientes para garantir o acesso a aquele que é um dos principais centros da cidade de Coimbra».

AG
11-07-2025