O CANDIDATO IMPROVÁVEL

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O motorista de transportes públicos, que faz parte da Comissão de Trabalhadores (CT) dos Serviços Municipalizados de Transporte Urbano de Coimbra (SMTUC), um dos trabalhadores que mais defende os direitos laborais em Coimbra, e amigo do nosso jornal, O Ponney (onde já assinou artigos de opinião), Sancho Antunes, apresenta-se agora como cabeça de lista do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) para o distrito de Coimbra.

Como O Ponney dá sempre espaço aos candidatos que não têm tanto espaço de antena, aceitámos fazer uma entrevista ao motorista Sancho Antunes.

Motorista que votou e sugeriu em reunião do SINTAP (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos) de Coimbra que os motoristas fizessem uma greve que iria aumentando o número de paralisações conforme o número de meses até Setembro de 2025. Neste mês de Abril serão 4 greves e em Maio serão 5, e por aí fora.

O PONNEY (OP)Foi o partido ADN (Alternativa Democrática Nacional) que pediu para seres o cabeça de lista pelo Distrito de Coimbra ou foste tu que te propuseste?

SANCHO ANTUNES (SA) – Foi um convite que aceitei com sentido de missão. Conhecendo o meu trabalho na Comissão de Trabalhadores e a minha ligação com a realidade do povo trabalhador de Coimbra, o ADN viu em mim alguém que pode representar essa voz com coragem. Aceitei por acreditar que posso ser útil na salvaguarda dos valores que considero fundamentais: o trabalho digno, a justiça social, a liberdade e a defesa da família.

OP – A tua luta dentro da Comissão de Trabalhadores (CT) dos SMTUC, pela carreira dos motoristas, junto com a tua profissão, não atrapalham a tua candidatura? Achas que é complemento ou contrariedade por ligar a luta pela carreira dos motoristas a um partido político? Por favor, explica a tua opinião.

SA – Pelo contrário, é um complemento. O meu compromisso com os colegas de profissão é algo que me acompanha para onde for. A política deve servir o povo e não afastar-se dele. Luto pelos motoristas porque conheço as dificuldades no terreno. E quero aqui reforçar que continuo a lutar ativamente pela criação da carteira especial de agente único de transportes coletivos, uma medida urgente e justa.
Devo dizer aqui em primeira mão para O Ponney que já tenho agendada uma audiência com a Senhora Secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, e com o Senhor Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, para o próximo dia 9 de Abril no Ministério das Finanças, onde levarei mais uma vez esta nossa causa. Estes profissionais, que carregam tantas responsabilidades diariamente, continuam a ser injustamente equiparados a meros assistentes operacionais. A minha candidatura pelo ADN é, também, mais uma frente dessa luta.

OP – O ADN é um partido que se coloca na direita mais extrema do panorama político nacional e internacional. Chegando, o partido ADN, a felicitar Donald Trump pela tomada de posse como Presidente dos Estados Unidos da América. Ora perante as duas últimas polémicas provocadas por Donald Trump. Uma contra Volodymyr Zelensky – na questão da Ucrânia – e a outra nas tarifas, onde os fabricantes europeus irão ter agora um custo adicional para vender os seus carros num dos mercados mais valiosos do mundo e não havendo qualquer retirada de apoio a Donald Trump por parte do ADN. Qual é a tua posição política sobre este assunto?

SA – Em primeiro lugar, quero deixar claro que cada país tem os seus interesses soberanos. O ADN felicita líderes que valorizam a independência nacional, a defesa do seu povo e o combate à corrupção. Concordar com um líder num momento não significa segui-lo cegamente. Sobre as tarifas, defendemos uma Europa forte que proteja os seus produtores e o seu trabalho.

No que toca à Ucrânia, a minha posição é clara e firme: condeno pessoalmente a Rússia pela invasão injustificável da Ucrânia e defendo a punição do presidente russo por violar a soberania política de um país livre e independente. Nenhuma nação tem o direito de esmagar outra pela força. Defendo a paz com justiça, e a autodeterminação dos povos deve ser um princípio inviolável. A nossa prioridade é sempre Portugal e os portugueses, mas nunca à custa de pactuar com tiranias. Isso é contra a minha maneira de ser.

OP – Sancho Antunes, consideras existirem grupos étnicos ou raciais, por natureza, mais inteligentes, mais trabalhadores e, também, culturas mais civilizadas do que outras?

SA – De forma alguma! Todos os seres humanos têm o mesmo valor intrínseco. A diferença está nas oportunidades e nos contextos sociais e culturais. Defendo o respeito por todas as pessoas, desde que haja reciprocidade e integração. O que não aceito é que se use a vitimização ou o politicamente correto para dividir os portugueses. O foco deve estar em quem trabalha, respeita a lei e contribui para a comunidade. A nossa cultura ocidental, com raízes cristãs, deve ser defendida e valorizada – isso sim é ‘civilização’!

OP – Já estiveste numa lista às legislativas pelo partido Nova Direita, agora estás pelo partido ADN como cabeça de lista. Já tens alguma experiência nestas andanças. Se fosses eleito como deputado na Assembleia da República (AR) e o partido que te ajudou a eleger (neste caso o ADN) te impedisse de continuar a defender na AR as condições laborais o que fazias?

SA – Eu sou um homem livre. Tenho um compromisso com quem trabalha, com quem acorda cedo e ainda ouve da patroa que o ordenado mal chega para o mês. Se algum dia sentisse que não podia continuar a defender os trabalhadores, eu teria a honestidade de sair. Mas acredito que o ADN está do lado de quem trabalha e quer ordem, justiça e futuro. Ser de direita não é abandonar os trabalhadores! É exatamente o contrário do que uma certa esquerda nos quis fazer crer. O verdadeiro ponto é dar, a todos nós trabalhadores, dignidade sem criar dependências. É esta a minha base que mantenho sempre.

OP – Agradecemos a tua atenção e fazemos votos que te corra bem a propaganda política.

SA – Eu é que agradeço o espaço. A liberdade de expressão é um valor que devemos sempre salvaguardar. Viva a família, viva o trabalho, viva Portugal!

JAG
11-04-2025