“METROBUS” É O ARGUMENTO PRINCIPAL NESTAS AUTÁRQUICAS

4 metrobus em coimbra2

 

A construção da via reservada ao chamado “metrobus” é de responsabilidade nacional, o facto é que nada tem a ver com a gestão do Municipio de Coimbra. Tirando a autorização e calendarização das obras serem da responsabilidade da Câmara Municipal de Coimbra. O facto é que aparece como argumento para cativar os eleitores do “Juntos Somos Coimbra”, mesmo o atual executivo ter pouca responsabilidade nesta polémica obra nacional.

Ainda assim a campanha autárquica usa a operação preliminar do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que funciona num troço de cinco quilómetros em Coimbra, como grande argumento para que o executivo tenha poder para mais quatro anos.

Ultimamente tem surgido a notícia que foi registado em média 7.070 passageiros transportados por dia, totalmente gratuito, no troço de cinco quilómetros. O que nada significa para a gestão do Metro Mondego (dado que está a ser gratuita no período da campanha para as Autárquicas 2025) e muito menos acrescenta como argumento de campanha eleitoral séria.

Por outro lado, e essa sim da responsabilidade do executivo da Câmara Municipal de Coimbra, muitos autocarros municipais de Coimbra continuam a avariar, por falta de boa administração.

Já vai longe o ano de 1996 onde os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã assim como a CP fundaram a empresa Metro Mondego S.A.. Hoje, e 29 anos passados. O Ponney lembra que nestes 29 anos as polémicas sobre o metro de Coimbra foram muitas. Desde uso indevido de dinheiro da metro Mondego até promessas de ministros que era para o ano seguinte que se iria iniciar as obras. Finalmente as obras caíram no colo do atual executivo municipal, liderado por José Manuel Silva.

As polémicas passaram por uma mudança de projeto onde o conceito original de metro ligeiro foi alterado para um sistema de Bus Rapid Transit (BRT - este é o real termo deste meio de transporte e não o de “metrobus”) com autocarros elétricos, o que gerou descontentamento pela promessa não cumprida de um sistema moderno de metro.

O rápido cancelamento do Ramal da Lousã, que operava com comboios, foi desativado para dar lugar a uma promessa do projeto do Metro Mondego, mas o sistema de transporte nunca chegou a ser implementado, resultando na perda dos comboios e no surgimento de autocarros. Que depois de 29 anos de espera usando-se autocarros vai passar a haver autocarros em vez do metro.

Depois dos 29 anos anos a empatar, finalmente é iniciada a obra que coincidiu com a entrada do novo executivo municipal. Ainda assim a obra tem sido marcada por atrasos constantes e pela criação de grandes transtornos no trânsito da cidade de Coimbra.

Em todo este processo o Ministério Público investigou a Metro Mondego por administração danosa, peculato e participação económica em negócio, alegando que cartões de crédito da empresa foram usados para despesas pessoais por ex-administradores.

O projeto é criticado por ter sido uma gigantesca perda de tempo e dinheiro, e por não ter entregue os resultados prometidos à população de Coimbra. A população de Coimbra sente-se revoltada e traída, considerando que o Metro Mondego foi uma promessa não cumprida e um símbolo de ineficácia e desrespeito. Para além da questão do abate de grandes árvores em Coimbra para que se construisse uma estrada exclusiva para o “metrobus”.

Ainda assim e depois de todas as polémicas e sem data de início exata, mas com garantia da Metro Mondego irá arrancar o “metrobus” na primeira quinzena de Setembro, terão início as viagens regulares diárias, entre as 08H00 e as 20H00. Mas ainda a funcionar em regime de testes, com cadência de 10 minutos e também de forma gratuita entre as mesmas estações. Até lá, serão afinados os sistemas semafórico e de guiamento ótico para acostagem nas estações, com uma distância inferior a cinco centímetros das plataformas, garantindo o acesso às cadeiras de rodas ou carrinhos de bebé.

Vinte e nove anos passados a Metro Mondego anda em testes. Com uma frequência de passagem de 15 minutos, em cada sentido – entre o Vale das Flores e a Portagem. O presidente da Metro Mondego, João Marrana, garantiu, que «será numa segunda fase que terá lugar a ligação até a Serpins, passando pela Lousã e Miranda do Corvo». A principal função da criação da Metro Mondego, para ligar Concelhos vizinhos de Coimbra, ainda não é possível mesmo depois dos 29 anos passados.

Ou seja, muito provavelmente só depois dos 30 anos passados da criação da Metro Mondego é que vai ser possível fazer-se a ligação a alguns Concelhos vizinhos de Coimbra. Segundo o atual responsável pela Metro Mondego: «é necessário dispormos da certificação do sistema de sinalização do troço suburbano, por ser de via única». Depois de 29 anos e de acordo com João Marrana, «é necessário fazer a certificação, por razões de segurança e, depois, obter o licenciamento do IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes], sublinhando que “o processo tem o seu tempo, mas está na fase final».

Nas viagens de demonstração, e depois de 29 anos passados, foi possível observar que as máquinas de emissão de bilhetes ainda não estão em funcionamento, com exceção da estação de São José, enquanto, por outro lado, correu muito bem o sistema de semaforização nas zonas de cruzamentos com as vias rodoviárias.

Para já as linhas da “metrobus” fecharam algumas linhas dos transportes municipais de Coimbra (SMTUC) e a ligação para os Concelhos da Lousã e Miranda do Corvo (que era o principal objetivo da Metro Mondego) ainda vão ter que esperar. Vamos a ver se quando a Metro Mondego apagar as suas 30 velas pode ser que haja um teste da “metrobus” para, pelo menos, estes dois Conselhos vizinhos. As linhas férreas já foram arrancadas há anos e o encerramento da emblemática Estação Nova (Coimbra-A) também já foi feito. Só falta mesmo é pelo menos um autocarro em via privada que faça a ligação a todos os Concelhos do Distrito de Coimbra.

AF
10-10-2025