EMPRESAS À ESPERA DE MILAGRE EM COIMBRA

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O comércio na Baixa de Coimbra está a fechar mais rápido do que abrem novas lojas. A chamada ‘baixinha’ está abandonda a olhos vistos. A recente polémica do empresário responsável pela CUT CUT, que depois de «62 e-mails enviados, 5 respostas recebidas e uma reunião», segundo o seu próprio testemunho, decide ir a uma reunião aberta da CMC que contraria o discurso do executivo municipal que diz ter melhorado o tecido empresarial em Coimbra.

Acresce, agora, a critica da NERC (Associação Empresarial da Região de Coimbra) que manifestou na passada quarta-feira (18 de Junho) «a sua profunda preocupação» face às declarações do presidente da Câmara que, esta semana, voltou a dizer que Coimbra tem falta de espaços para acolher empresas.

Por seu lado o executivo municipal argumenta repetidamente que «a crítica é legítima, quando feita com responsabilidade e de forma construtiva. Lamentamos que alguns optem por uma postura pública hostil e desinformada, que em nada contribui para a confiança do tecido empresarial e para o desenvolvimento de Coimbra.» Como contraponto a baixinha de Coimbra apresenta-se mais abandonada, sem estratégia á vista apesar do chamado “Plano Marshall”, de que tanto fala o executivo da Câmara de Coimbra que, alegadamente, se venha apenas a concretizar num próximo mandato.

Ou a clara manifestação do empresário da CUT CUT, com claras provas da sua crítica. Ou ainda agora com a crítica da NERC.

A Associação Empresarial da Região de Coimbra, presidida por Horácio Pina Prata, lamenta que, “ao invés de se apostar em medidas objetivas para atrair investimento e criar emprego, se assistia à organização de eventos que, «sendo mediáticos, servem mais para entreter do que para resolver os reais problemas do tecido empresarial local – muitas vezes recorrendo a fundos públicos».

No comunicado enviado, a NERC exige «uma reavaliação imediata da atuação do vereador responsável pela área empresarial »; pede «transparência total na gestão da articulação dos espaços empresariais disponíveis», bem como a «definição de uma estratégia clara e participada para a captação de investimento, em articulação com as entidades reconhecidas na área do empreendedorismo».

Perante estes cenários de críticas a Câmara lembra que o executivo tem implementado, desde o primeiro momento, «uma estratégica sólida, visível e com resultados concretos, como demonstra a atração de novas empresas para o concelho, das quais seis são multinacionais», e a Câmara de Coimbra lembra, também o sucesso do Coimbra Invest Summit.

Ainda assim a realidade é que a baixinha continua com mais lojas a fecharem do que a abrirem. A critica do empresário em reunião de Câmara, por isso pública, era que apenas pedia que consertassem o espaço envolvente do seu investimento. Como deu exemplo dos passeios que ao fim de «3 semanas» nem sequer tinha recebido uma resposta da Câmara Municipal de Coimbra. Em reunião de Câmara a senhora vereadora com o pelouro das obras, Ana Bastos, (que se afastou da administração dos SMTUC por não ter tempo e que foi entregue a um grupo externo que gasta mais dinheiro público) para se focar apenas nas obras, argumentou que a «contactavam várias empresas...e que ela não podia dar soluções a todas...». Assim como o vereador com pasta das empresas e das finanças, Miguel Fonseca, que respondeu com o discurso de que estavam «integrar as empresas...» a ponto do próprio presidente da Câmara de Coimbra pedir para o vereador Miguel Fonseca se calar e ordenar ao vereador para marcar rapidamente uma reunião com o empresário.

Apesar deste episódio público o excutivo municipal continua a afirmar: «O vereador Miguel Fonseca (...) e o executivo municipal reafirmam o seu total compromisso com uma Coimbra mais competitiva, mais empreendedora e mais unida e continuarão a trabalhar com todos os que partilham esse objetivo.»

Enquanto a NERC garante que a cidade «dispõe de espaços centrais, qualificados e vocacionados para a instalação de empresas». «O que falta é uma política transparente e equitativa de promoção desses locais, e não a tentativa de beneficiar espaços ligados a interesses específicos», acusa a associação empresarial.

AF
20-06-2025