COMUNICAÇÃO DEFICIENTE DA CÂMARA DE COIMBRA
Ao nosso jornal, O Ponney, começam a chegar cada vez mais expressões de mal estar provocado pelas obras por toda a cidade de Coimbra. Expressões como “Viver em Coimbra tornou-se um autêntico martírio!” - com base na indignação de tanta obra a acontecer ao mesmo tempo na cidade. A razão apontada por esta indignação é justificada pelo número de “obras sem fim, todas aprovadas ao mesmo tempo e nenhuma a ver-se concluída”. Algumas dessas “obras estão paradas há meses, mas continuam a iniciar outras num outro local da cidade”- continuam os nossos leitores que nos enviam os seus pareceres.
A política pressupõe definir prioridades. Quer a política nacional, quer a política regional. Mas essas prioridades têm que ser bem explicadas ao público, para que o poder municipal tenha a solidariedade e a compreensão da maior parte da população. Essa explicação, ou transparência, não está a ser dada. A informação fornecida pela Câmara de Coimbra é que determinado local, na cidade, vai fechar para obras com alternativas de tráfego.
Nem sempre, essa alternativa é clara. Como foi o caso das provas de Triatlo, realizadas no ano passado, onde o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, acusou a organização do evento pela desorganização do trânsito . Na perspetiva de muitos conimbricenses o presidente da CMC nunca deveria culpar a organização de um evento, que segundo a própria CMC seria um evento bom para Coimbra, mesmo que tivesse havido uma falta de comunicação entre a Câmara e a organização do evento, mas colocar a total responsabilidade na organização do evento aprovado pela CMC dá a entender que o executivo da Câmara de Coimbra perdeu o controle da gestão municipal.
Muitas das explicações publicas ou não são explicitas (como por exemplo faltando a explicação da razão para o aval a todas as obras ao mesmo tempo) ou são consideradas caricatas como o empurrar de responsabilidades para a organização do Triatlo em 2024.
Segundo muitos dos nossos leitores talvez falte mesmo a partilha das soluções técnicas e a razão por que o executivo da CMC decidiu por uma solução mais favorável aos munícipes e à cidade. Caso contrário perde-se a cumplicidade dos habitantes de Coimbra e pode levar ao aumento da indignação.
A falta de informação clara e correta leva a que parte dos habitantes da cidade demonstrem a sua indignação.
Um outro caso que dá razão a algumas anedotas, como foi o caso do aeroporto internacional em Coimbra feito pelo anterior executivo liderado por Manuel Machado, é o de que Coimbra precisa de uma quarta ponte. Esta informação do município, aparece como uma das prioridades em Coimbra. A questão é que esta informação aparece ao mesmo tempo em que os munícipes não entendem tantas obras (do Metro Mondego e das Águas de Coimbra) ao mesmo tempo e aparentando absoluta desorganização.
Devemos acrescentar que os centros comerciais Forum Aveiro e Glicínias deixaram de poder usar o Centro Integrado de Tratamento, em Eirol, no concelho de Aveiro, da ERSUC, por serem considerados “grandes produtores de resíduos sólidos”.
O que aconteceu é que devido ao aumento do custo do transporte, no caso do Glicínias, designadamente, cujos RSU que produz passaram a ser enviados para o Centro Integrado de Tratamento de Coimbra, desde que foi impedido de seguir para a unidade de Aveiro, tal como confirmou o diretor-geral do centro comercial, Diogo Filipe, ao Diário de Aveiro.
Esta questão, como faltou ser devidamente explicada, publicamente, pelo executivo municipal de Coimbra levantou ondas de indignação de muitos conimbricenses que nos enviam mensagens indignadas como: «Não faltava mais nada, pois o lixo nas nossas ruas, falta de limpeza de passeios e canteiros, contentores de lixo que agora então com o calor, o cheiro é nauseabundo. Aveiro que se preocupe com o lixo deles, pois Coimbra tem mais do que suficiente». Faltando esclarecimento sobre a notícia já veiculada no ano passado.
O avolumar de obras sem a preocupação de esclarecer os conimbricenses aumenta a indignação quando a Vereadora defendeu as Infraestruturas de Portugal IP para explicar a desorganização que os cidadãos vêm na cidade.
Já o combate de isolamento dos idosos é uma medida do executivo da Câmara Municipal de Coimbra, liderado por José Manuel Silva, colhe louvor por muitos conimbricenses. Porém, é de lembrar que os autocarros municipais ainda são o meio de transporte preferencial por parte da maioria dos idosos em Coimbra, mas os autocarros continuam obsoletos (muitos a terem problemas) e que agora no Verão, tornam-se uma quase tortura para motoristas e passageiros pela continuada falta de ar condicionado, pelos solavancos dos autocarros velhos que fazem gincana entre as obras. Para além disto há muitos suprimentos de linhas em zonas limítrofes colocando pequenas povoações ou locais afastados do centro da cidade, ainda mais isolados.
Também é de lembrar que o próprio presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, respondeu a um munícipe, que o questionava por que razão não usava os transportes municipais, com o argumento que «trabalhava 18 horas por dia» - o que foi motivo de anedotas e cartoons. A comunicação do executivo da Câmara de Coimbra, revela-se, nestes quase quatro anos, com uma enorme deficiência e por isso o executivo colhe mal estar e indignação por muitos habitantes do Concelho de Coimbra.
O Ponney também lembra que a vereadora, eleita pelo PS em Coimbra, Regina Bento fez uma intervenção neste ano de 2025 onde considerou que «recentemente, a 10 de Fevereiro deste ano, foi publicado no portal basegov mais um contrato de aquisição de serviços de publicidade a agência de comunicação e marketing no valor de 61.727,55 euros. O objeto do contrato é absolutamente vago, remetendo para as peças do procedimento às quais não tivemos acesso. Já o ano passado, em Abril, tinha sido adjudicado exatamente à mesma empresa, um outro contrato de aquisição de serviços de publicidade e divulgação de iniciativas da Câmara Municipal no valor superior a 45.000 euros”, disse.
Em resposta a esta intervenção, o presidente da Câmara José Manuel Silva explicou estes contratos com “a necessidade de vender a imagem de Coimbra para atrair turistas”. “Temos de a tornar atrativa para, dessa forma, a ajudar a crescer”. O que fica por explicar à população são as muitas medidas reprovadas por alguns cidadãos.
Ou talvez a comunicação seja apenas para os turistas.
RP
01-08-2025