CANTONEIROS NÃO SÃO SAPADORES FLORESTAIS

1 CANTONEIROS NAO SAO SAPADORES FLORESTAIS1

 

Segundo o Presidente do SinFAP, Alexandre Carvalho, sindicato dos Sapadores Florestais do Município, relata que “para nosso espanto foi-nos dito que o Município não tinha Sapadores Florestais, eram simplesmente cantoneiros e por isso estavam na secção do Ambiente.”

Convém saber distinguir que os sapadores florestais são trabalhadores especializados que defendem e gerem florestas, em particular através da prevenção e combate a incêndios. Já a função de um cantoneiro é um trabalhador que se encarrega da limpeza e manutenção de estradas, ruas, jardins e parques.

A surpresa de Alexandre Carvalho, como Presidente do sindicato SinFAP, começou quando como contou a O Ponney: «Reuni duas vezes com o Presidente do Município e os seus colaboradores, na primeira reunião expusemos ao Presidente do Município a exigência de integrar na Carreira Profissional os Sapadores Florestais do Município, ao abrigo do Decreto Lei 86/2019, algo que o Presidente nos disse que era legitimo essa passagem e que ia dar seguimento. Isto aconteceu no dia 08 de Novembro de 2024.»

Continua o relato ao nosso jornal O Ponney: «Voltámos a reunir no dia 11 de Dezembro de 2024 para saber quais as medidas que o Município ia tomar para a integração destes profissionais, como sugerido pelo Presidente, para nosso espanto foi-nos dito que o Município não tinha Sapadores Florestais, eram simplesmente cantoneiros e por isso estavam na secção do Ambiente, que a única coisa que lhes podiam dar era o Suplemento de Penosidade e Insalubridade (SPI), mas que quando foram ter com os trabalhadores, para cumprirem com o que está estipulado na Lei sobre este suplemento, estes tinham recusado, mas que o Município estava disponível para dar o que de direito sobre esse suplemento. »

O Presidente do sindicato SinFAP, revelou que ficou muito surpreendido pela recusa dos trabalhadores num direito que lhes dava mais algum dinheiro. Por isso foram falar com os trabalhadores e nas palavras de Alexandre Carvalho: “descobrimos as trapalhadas dos “diz-que-disse” por parte do Executivo e das pessoas que ocupam lugares de direção”. Não querendo especificar, mas acrescentando: «Nenhum trabalhador recusou o SPI, e descobrimos que o veio de comunicação de Técnicos/Dirigentes não estava em absoluta sintonia com os Trabalhadores.»

Mais revelou o dirigente sindical que o «município tem no mapa de pessoal 10 Sapadores Florestais, ao contrário da informação dada pelo executivo, desta forma e por andarmos a ser enganados (com intenção ou sem ela), o SinFAP vai partir para a luta na rua e em qualquer lugar.» Resultando nesta marcação de greve para o dia 24 de Abril deste ano, com concentração em frente à Câmara Municipal de Coimbra às 9h30.

Questionámos a CMC sobre quantos Sapadores Florestais constam no mapa de pessoal no Município de Coimbra, na quarta-feira dia 16 de Abril de 2025, mas até à publicação de O Ponney ainda não obtivemos resposta.

O dirigente sindical, Alexandre Carvalho, considera que é “vergonhoso” sobretudo quando “em pleno aviso meteorológico e com tantas ocorrências em Coimbra, os Sapadores Florestais estiveram escondidos na garagem sem fazer nada, quando podiam auxiliar nas operações de corte de árvores, limpezas de vias e outras ações de Proteção Civil em cooperação com os Bombeiros Sapadores.”
Alexandre Carvalho garante que este caso não vai ficar assim e que “vamos para a luta para que todos saibam o que este Município faz aos seus trabalhadores.”

Aguardamos se a Câmara Municipal confirma, ou não, que tem no quadro de pessoal Sapadores Florestais.
O facto é que as Câmaras Municipais não são multadas por falta de limpeza de terrenos, mesmo quanto os terrenos são da propriedade do Município, mas podem notificar e cobrar aos proprietários que não cumpram com esta obrigação. Podendo, as Câmaras, virem a assumir essas limpezas, cobrando aos proprietários o serviço.

JAG
18-04-2025