Café Restaurante Pinto d'ouro
O Pinto d’ouro teria nascido com a atual ponte sobre o Mondego, por decisão de Carlos da Silva Pinto, natural de Meruge, Oliveira do Hospital, então com 33 anos, a apostar na outra margem.
Os milhares de pessoas que assistiram à inauguração da ponte de Santa Clara, em sintonia, na mesma data, estavam também a celebrar a entrada em cena desta grande casa de restauração que surgiu de um antigo espaço de cantina de polícia.
Quando aparece o Pinto d’ouro a gastronomia conimbricense ganhou outra vida. Com um serviço de mesa distinto do que a cidade estava habituada, e uma cozinha de rigor na confeção, com a esposa do fundador como trave-mestra, destacavam-se no cardápio, os pratos típicos de Bacalhau e o frango à Pinto d'ouro.
Enquanto o Pinto d’Ouro esteve no auge, muito intelectuais como Vitorino Nemésio e outros da mesma geração deixaram as suas opiniões no Livro de Honra. Também ali registaram a passagem artistas consagrados como Beatriz Costa, Max ou a famosa rainha do fado Amália Rodrigues que, em Agosto de 1972, deixou escrito no meio do seu favorável comentário a sugestiva frase: “O Pinto parece galo!”
O Sr. Silva Pinto desfaz-se do restaurante em 1975/6 e em fevereiro de 2001, Casimiro de Jesus, com grande responsabilidade do passado deste estabelecimento, recebeu o testemunho, mantendo esforços para que a memória da casa se mantivesse ativa. Deixou marcas positivas, mas há uns meses, acabou o Pinto d’ouro, para dar lugar a uma pastelaria da rede Palmeira.
[foto: O Sr. Carlos Pinto é o primeiro da esquerda e por trás dele está a a sorrir, a esposa, D. Luiza]
Carlos Ferrão