ÁRVORES QUE MORREM DE PÉ EM COIMBRA
Na segunda feira desta semana, dia 16 de Junho, um grupo de cidadãos manifestou-se, ao final da tarde, contra o corte de grandes árvores na rua Lourenço Almeida de Azevedo, contígua ao Jardim da Sereia.
O Ponney, na semana passada, já tinha abordado este assunto. Pedimos à Câmara de Coimbra, pelo gabinete de marketing da CMC, que respondesse à pergunta a confirmar ou não o abate das grandes árvores na rua lateral ao Jardim da Sereia. Com certeza por excesso de trabalho a Câmara de Coimbra entendeu não responder a O Ponney e já lá vão duas semanas.
O Ponney lembrou o que aconteceu recentemente na cidade de Lisboa. Onde a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, enquadrado na urbanização dos terrenos da antiga Feira Popular, previa a remoção de 47 das 75 árvores existentes na Avenida 5 de Outubro. Dessas 47 árvores, previa-se o abate de 25 e o transplante de 22, em Abril deste ano de 2025. Porém os lisboetas responderam com uma petição pública, que contou com mais de 53 mil assinaturas, recusando o abate das grandes árvores. Conseguindo que fosse impedido o abate e até o transplante das árvores.
Em Coimbra, a Câmara de Coimbra ou a Metro Mondego nunca puseram a possibilidade de transplante. O abate das grandes árvores seria a única resolução.
Por isso a manifestação nesta semana, juntando mais de uma centena de manifestantes, que ocorreu no mesmo dia em que a rua foi encerrada para dar continuidade aos trabalhos do metrobus.
Pelo movimento ClimAção Centro foi dito à LUSA que «O abate destas árvores representa mais um atentado ao património arbóreo e patrimonial da cidade, levando a uma desfiguração brutal de uma das ruas mais icónicas da cidade, que se insere dentro do perímetro de influência da zona classificada como Património Mundial». Já o arquiteto e professor da Universidade de Coimbra, Adelino Gonçalves, acusou a Câmara e a Metro Mondego de «falta de vontade de informar previamente as pessoas».
É um facto que o executivo não informou devidamente a população. Não há clara informação sobre a razão para o abate confundindo-se as razões entre os imperativos fitossanitários ou por incompatibilidade com o traçado do autocarro “metrobus”. Ou como afirmou o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, apenas ao diário “as beiras”, que «quando pegámos no projeto, em 2023, reduzimos em 32 o número de abates – ou seja, serão, em princípio, abatidas 11 árvores por imperativos fitossanitários ou por incompatibilidade com o traçado do metrobus».
A conquista, segundo o presidente do Município de Coimbra, era a redução de abates, não o transplante das árvores, nem o traçado que mantivesse o património arbóreo de Coimbra.
Apesar de não responder ao jornal semanal O Ponney, o presidente da Câmara de Coimbra admite que, com o evoluir da obra, os 11 jacarandás terão “provavelmente” que ser abatidos.
Para trás fica a postura mais reivindicativa do ex-vereador da oposição ao ex-executivo de Manuel Machado quando no dia 25 de Março de 2019, quando, num momento fora do comum, em reunião da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva (o que hoje é o presidente da Câmara de Coimbra) alegou que o 25 de Abril ainda não tinha chegado aos Paços do Concelho e coloca no ar música de intervenção.
O mesmo político reivindicativo em 2019, hoje como presidente da Câmara de Coimbra, afirma ao diário “as beiras” que: «Trata-se de uma manifestação de partidos que fazem parte de uma coligação contra o partido principal dessa coligação – o Partido Socialista, que decidiu abater 43 jacarandás. Certamente a manifestação não é contra o atual executivo camarário, que poupou 32 jacarandás. Isto só demonstra que esta coligação de extrema esquerda que o PS construiu de forma muito artificial, não tem futuro». Desconsiderando que mais de uma centena de pessoas não era manifestação popular, nem tendo que os eleitores que apostaram na sua lista esperavam mais do que seguir as regras do anterior executivo.
Espera-se que, à semelhança do que aconteceu em Lisboa e no Porto, Coimbra possa impedir o abate das 11 grandes árvores em Coimbra.
O Movimento de Humor, página do facebook de cartoons e irmã de O Ponney, colocou uma petição para recolher assinaturas contra o corte das grandes árvores na rua Lourenço Almeida de Azevedo, contígua ao Jardim da Sereia.
Pedimos que assinem.
JAG
20-06-2025