Editorial 26/09/2024
ANTIEXIGÊNCIA
A pressão molesta que venho há muito sentindo, em todas as esferas da vida, é a pressão antiexigência.
Na educação, desde a formação básica até às academias, refletindo-se na sociedade, a fasquia baixa-se cada vez mais: seja para engordar números, seja sob o pretexto de inclusão e pelos casulos de fragilidade que é preciso resguardar.
Nas relações interpessoais e sociais, o preceito soberano do “não julgamento” e o relativismo que nos vai afastando da noção de Verdade e de ética amolecem o critério e apagam a capacidade de discriminar. Tudo é permitido, o talento de manter relações amistosas com todos é considerado um alto predicado (ouvi repetidas vezes adolescentes e adultos descreverem a sua maior qualidade como a de serem “amigos do amigo”), a ideia de igualdade vai engolfando a noção de mérito, omitindo os níveis e as diferenças qualitativas entre as pessoas.
Tornámo-nos diplomatas eméritos, com um vocabulário cada vez mais reduzido, em virtude das ofensas que as palavras carregam, e sumamente hábeis na capacidade de calarmos o que sentimos. O nivelamento por baixo é um ambiente propício para qualquer tirania, da Esquerda à Direita.
No sentido oposto a democracia exige. Exige que se discuta, exige diferença, exige que todos tenham a palavra, exige que cada um seja autoexigente e que questione o governo da sua comunidade. O que desagrada a quem, hipocritamente, se aproveita da democracia para se eleger, mas condena o escrutínio. Para esses, que se opõem à democracia, o resultado das eleições é um cheque assinado em branco para exercer o poder qual faraós com uma espécie de “poder divino”.
Quem defende a democracia não exerce o poder de forma tecnocrática, exerce para bem da população e não dos interesses burocráticos e muito menos dos interesses mesquinhos pessoais. Confundindo a pessoa com o poder que exerce.
Assim, abrimos O Ponney com o artigo «BAIXA CADA VEZ MAIS EM BAIXO» dando voz à população e ao executivo da Câmara de Coimbra eleito por uma coligação liderada pelo PSD e outros partidos mais a coligação pós eleitoral com o Partido Comunista Português.
Depois apresentamos o artigo «BOICOTE POLÍTICO AO DESENVOLVIMENTO DE PORTUGAL». O rumo mundial aponta para que haja mais evolução científica e tecnológica e as medidas dos diversos governos de Portugal que anda a fazer (ou a não fazer)? Este assunto deveria ser mais discutido em Coimbra pelo maior envolvimento das escolas superiores.
O Ponney continua a tocar num assunto que deveria ser discutido à escala nacional sobre «O PODEROSO DESEQUILIBRIO DE PORTUGAL».
Se a falta de população do interior tem consequência pela falta de poder o resultado vê-se quando observamos que o « INTERIOR DE PORTUGAL CONTINUA ESQUECIDO». Os fogos demonstram a continuada falta de estruturas e do abandono a que está votado o país.
A par com uma tendência de absolutismo político que vai limitando a pouco-e-pouco a democracia e que é visivel em todo o mundo, mas também em Coimbra. Trazemos «AUTÁRQUICAS 2025 E HUMOR PROIBIDO» para uma maior reflexão política.
Depois a nossa banda desenhada de Abel o abelha trazendo algum humor reflexivo.
Na secção de opinião trazemos o artigo da nossa amiga incondicional Manuela Jones com mais uma crónica sobre a vida dos professores.
O nosso amigo Sancho Antunes traz-nos a sua opinião sobre mobilidade e finalizamos com o artigo de Adriano Ferreira com o seu relato parcial.
Assim, terminamos desejando um fim de semana e boas leituras;
José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney