O MISTERIOSO CASO DO VEREADOR AMARRADO À CÂMARA DE COIMBRA

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O atual Vereador, Francisco Queirós (eleito pela CDU), a tempo inteiro e com os pelouros : espaços verdes; bibliotecas e arquivos; serviço médico-veterinário, pertence ao executivo liderado por uma coligação de partidos conotados com a Direita política, apesar de criticar o próprio executivo de que faz parte, entende não se demitir.

Desconhece-se a razão porque a coligação Juntos Somos Coimbra aceitou que o Vereador comunista fizesse parte do seu executivo, desde 2021 quando constituiu governo municipal. Aumentando o mistério pelo facto de que a coligação Juntos Somos Coimbra terem maioria absoluta para não terem que usar, obrigatoriamente, a coligação pós eleitoral.

Francisco Queirós, que é Vereador desde 2009, atravessou diversos governos autárquicos, mantendo-se, mais uma vez, no poder neste executivo de coligação PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt.

E é, mais uma vez, Francisco Queirós cabeça de lista para estas eleições autárquicas, pela coligação do PCP e do Partido Os Verdes, CDU, apesar de ainda pertencer ao executivo da coligação de tendência de Direita política, acaba a criticar o executivo de que faz parte. Pois a Concelhia do PCP afirmou no primeiro dia de Setembro, do corrente ano, que a apresentação do balanço do executivo é uma «operação propagandística da Coligação Juntos Somos Coimbra».

O mistério adensa-se quando o Vereador Francisco Queirós, considera que a apresentação do balanço do mandato liderado pela coligação de partidos conotados com a Direita é (nas palavras da Concelhia do PCP): «uma clara violação da legislação em vigor, designadamente com violação dos deveres de isenção e neutralidade que recaem sobre os titulares de cargos públicos». Pois que, ainda assim, o Vereador eleito pela CDU, que subscreve o comunicado enviado à imprensa, não apresenta a sua demissão para que não faça parte de um executivo que praticou uma “violação dos deveres de isenção e neutralidade que recaem sobre os titulares de cargos públicos”.

Já tinha acontecido no passado uma situação semelhante em relação ao anterior executivo da Câmara de Coimbra. Quando o Vereador a tempo inteiro e com pelouros, Francisco Queirós, ocupava simultaneamente a vereação e o lugar no Conselho de Administração dos transportes municipais de Coimbra, SMTUC, mas vinha para a rua protestar contra as más condições dos motoristas dos SMTUC.

Na altura foi interpelado pelo nosso jornal, O Ponney, se não havia contradição no facto de pertencer ao Conselho de Administração (CA) e ao mesmo tempo estar a protestar contra a injustiça laboral e foi respondido que «(...) enquanto Vereador e membro do CA dos SMTUC nada podia fazer».

O Ponney, na altura, lembrou que o PCP fazia parte do que se chamou a “Geringonça” que apoiou o PS de António Costa ao Governo nacional. Como partido de suporte poderia exigir ao Governo a correção das injustiças que ainda estão a ser feitas contra os motoristas municipais de Coimbra. Nessa altura, Francisco Queirós, virou costas e não respondeu ao nosso jornal.

Voltando a este executivo da Câmara de Coimbra, o Vereador Francisco Queirós, que tem, entre outros pelouros, o dos espaços verdes, não se manifestou quando foram feitos cortes indiscriminados a grandes árvores em Coimbra. Pelo que nos é dado a conhecer de filiados e simpatizantes pelo PCP, é que Francisco Queirós argumenta que não tinha conhecimento dos cortes das grandes árvores em Coimbra. Desde a tomada de posse deste executivo que se fazem esses cortes, mas o Vereador de espaços verdes diz que desconhecia o que também é estranho.

Apesar do alegado desconhecimento do desbaste abrupto de grandes árvores em Coimbra e de agora vir dizer que a apresentação do balanço do mandato do executivo liderado por José Manuel Silva é uma «uma clara violação da legislação (...)». Francisco Queirós entende não apresentar a demissão de Vereador deste executivo que tanto critica e que, alegadamente, o coloca para trás nas decisões, mesmo no que diz respeito aos seus pelouros.

Como candidato a estas próximas eleições autárquicas de 2025, Francisco Queirós disse à agência Lusa que o programa terá como linhas fundamentais «a defesa do serviço público, dos serviços de transporte, da valorização do papel dos trabalhadores da autarquia, uma aposta na melhoria das condições ambientais e uma política cultural que envolva os agentes da cidade». Uma melhoria para a cidade que ainda não teve oportunidade de iniciar com medidas de acordo com o atual programa prometido em campanha eleitoral.

O mistério continua quando mesmo com quatro mandatos como Vereador a tempo inteiro e com pelouro na Câmara Municipal de Coimbra desconhecem-se medidas significativas para melhorar o Concelho de Coimbra de acordo com as promessas eleitorais da CDU para estas eleições autárquicas de 2025.

JAG
12-09-2025