PAZ AOS MORTOS

SNS.jpg

 

Cada vez somos menos. E mais velhos. Se somos menos, certamente que seremos menos a pagar impostos. Contra isto, não há malabarismo ideológico que resista. Tenho como certo que as grandes políticas de assistência pública, nos seus diversos vectores e nas suas valências plurais, estão condenadas. E condenadas irremediavelmente.

É por isso que contemplo, com um sorriso triste, as agitações suicidárias dos funcionários dos sistemas do Serviço Nacional de Saúde.

Está a ser morto pelos que vivem à custa dele.

Tenho pena. Muita. Mas não falo por me fazer grande diferença. Ainda hoje, necessitando a minha Mulher de uns quantos exames médicos, eu lhe disse : « Vamos ao Hospital da Luz. Ir a outro lado não vale a pena. Ainda és capaz de ser insultada por funcionários mal dispostos ». E fomos. Correu muito bem.

António Arnaud, infelizmente, faleceu. A sua obra vai atrás. Paz à sua alma . Paz à alma do seu SNS, que já está semi-morto.

Amadeu Homem