ODEON Properties: a paixão pelos edifícios de Lisboava Artigo

 

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São jovens, visionários e apaixonados pela arte, arquitetura e design. Procuram projetos imobiliários únicos em localizações de prestígio e apresentam propostas singulares aos exigentes clientes. Depois do sucesso do Ferragial 29 e do Flores 45, ambos no Chiado, em Lisboa, a dupla Julien Dufour e Jorge Capelo, à frente dos destinos da ODEON Properties, revela ao idealista/news que vai arrancar em setembro com o icónico edifício Odeon, na Avenida da Liberdade. Os responsáveis levantam também a ponta do véu sobre os empreendimentos Campo de Ourique Villas e Alcântara Exclusive Apartments. Salto para o infinito “Apesar de ser francês, a nossa empresa é portuguesa e Jorge Capelo, o meu ‘business partner’, é português, tendo mais de 20 anos de experiência nesta área”, explica Julien Dufour, managing partner da ODEON Properties. A empresa começou a operar em Portugal quando o imobiliário estava a atravessar uma fase menos boa (2013), e até Lisboa não estava no seu melhor. Então por que razão apostaram na capital? “Adoro arte, arquitetura e história pelo que Lisboa foi, desde logo, uma escolha óbvia, porque pensei que algo poderia acontecer e mudar a cidade. Mas mesmo que o panorama não mudasse continuaria a fazer os meus investimentos em Portugal. Foi um ato de fé”. Logo o primeiro investimento que fizeram, a recuperação do edifício Ferragial 29, “com pequenas unidades, muito ‘casual chic’, correu muito bem”. “Depois fizemos um segundo, um terceiro, um quarto…”. A decisão passou sempre por fazer “projetos residenciais de qualidade, sem pressas de passar de um projeto para o outro, e ter como parceiros um bom arquiteto, uma boa empresa de construção e bons profissionais”, conta Julien Dufour. Na mesma zona seguiu-se o Flores 45, que era “mais beautiful lifestyle”, adianta, frisando que o Arrábida Residences, em Campo de Ourique, é um projeto “family lifestyle” e que o Odeon é “100% paixão”. E no Campo de Ourique Villas “vamos incorporar o espírito das villas de Cascais em Lisboa”, acrescenta. Por outras palavras, a ODEON Properties tenta sempre fazer algo diferente em cada projeto, até porque, como diz Julien Dufour, “cada edifício e cada intervenção de um arquiteto têm um impacto no tecido urbano”, pelo que a empresa, enquanto promotora, tem a “responsabilidade de criar valor na cidade”. Cada projeto realizado pela empresa tem sempre de ser algo pelo qual se “apaixonam”. “Iniciamos apenas projetos nos quais acreditamos e dos quais sabemos que nos vamos orgulhar”, enfatiza. De referir que a maioria dos edifícios lançados no mercado são concretizados com capitais próprios, mas o responsável reconhece que ocasionalmente “abrem a porta a outros investidores”, até porque têm atualmente entre mãos nove projetos. Odeon recupera status perdido Depois de realizados todos os estudos prévios, em setembro vão avançar as obras de reabilitação do edifício Odeon, na Avenida da Liberdade. Ao visitar o interior do edifício constatamos que se trata de um projeto com características únicas. Desde logo porque ninguém fica indiferente àquele que outrora foi considerado “O Teatro” e pelo qual desfilaram os melhores atores, encenadores, cenógrafos etc. Ninguém fica também indiferente aos sinais do tempo e do abandono e vandalização a que foi vetado depois de fechar portas, na década de 1990. Mas a beleza da “boca de cena” e da zona dos camarotes ainda está lá e é simplesmente de cortar a respiração. Ver ‘in loco’ como está agora o edifício e observar o projeto de autoria do arquiteto Samuel Torres de Carvalho – e perceber como vai ficar depois da sua recuperação – obriga a mudar a nossa perspetiva de olhar e sentir este edifício. Julien Dufour recorda que quando visitou o imóvel com Jorge Capelo ficaram apaixonados por ele. Como sempre, procuraram “não maximizar” o que poderiam fazer neste espaço, mas antes fazer algo que fosse “significativo para o próprio edifício que é icónico, para a cidade e para as pessoas”. O primeiro pensamento foi: “Como podemos preservar o espírito, o ADN do Odeon?”. O segundo foi: “Como podemos perpetuar o efeito ‘UAU’ e as memórias das pessoas, porque há sempre alguém que, quando visita o edifício, se lembra de ter estado ali com os avós quando eram pequenos”. Por isso mesmo mantiveram no projeto o palco, as mezanines, as colunas e o frontão de 24 metros de altura. Depois de concluído, quando se chegar ao Odeon vão encontrar-se dez portas que desembocam num só espaço, o restaurante, que será gerido por um privado: resultará da “fusão entre o estilo parisiense com o português” e estará aberto ao público, conta. Mas por detrás da cortina, e longe dos holofotes, vão estar os apartamentos com todo o conforto, privacidade e luxo. São apenas 10, de tipologias T1+1, T2 e T3 e com áreas espaçosas que vão desde os 112 metros quadrados (m2) até aos 232 m2. A marquise, o terraço e a garrafeira refrigerada são outros dos pormenores que acrescentam um “je ne c’ést quoi” ao projeto. Acresce ainda o inovador elevador que estaciona automaticamente os automóveis no edifício. Embora não queira falar de preços, Julien Dufour adianta que a comercialização arrancou há cerca de seis semanas e que já foram vendidas cinco unidades, duas das quais a portugueses. Há também interessados oriundos do Reino Unido e dos EUA, entre outros países. “São, sobretudo, pessoas que gostam de arte, cultura e história e que querem viver num sítio especial”, refere. Novos rumos Mas a empresa já tem mais projetos na calha, como por exemplo o Arrábida Residences e o Alcântara Exclusive Apartments. O Arrábida Residences é constituído por oito apartamentos de tipologias T1, T3, T4, T4+1 e na parte detrás foi adquirido um terreno para a construção de uma villa com piscina no topo. “Esta villa foi construída como projeto-piloto para um outro projeto – as Campo de Ourique Villas – e como forma de testar o mercado e saber se haveria procura por este tipo de produto”, explica Julien Dufor. A resposta foi “sim, há procura”, uma vez que esta villa foi vendida “muito rapidamente”. Perante este cenário, decidiram construir de raiz mais dez villas, na proximidade das Amoreiras, de tipologias T5 e T6, com piscina no topo, jardim e espaços de estacionamento. Mas existiu outro motivo: “Aparecem-nos no escritório muitos clientes com crianças indecisos entre viver em Cascais e deixar a família feliz, mas onde não é fácil passear e ter acesso a determinadas facilidades, ou morar em Lisboa, com tudo à mão”. Foi a pensar nestas famílias que a promotora criou estas villas, com “a qualidade de vida de Cascais mas em Lisboa”. Trata-se de um projeto completamente diferente face aos que a ODEON já se envolveu e, neste momento, encontra-se a fechar os contratos com os investidores, sendo que a comercialização deve avançar dentro de quatro a cinco meses. Já as obras devem arrancar apenas no final do primeiro trimestre de 2019. No que diz respeito ao Alcântara Exclusive Apartments, cujas obras também devem arrancar até março do próximo ano, a ideia passa também por “preservar todos os detalhes antigos, para que se mantenha a alma do espaço, mas incorporando as comodidades da vida moderna”. Ao todo são dez apartamentos de tipologias T2, T3, T4 e T4+1 e duas lojas. Julien Dufour revela que a empresa está no mercado “à procura de novas aquisições”, mas que isso significa “procurar mais investidores”, bem como enveredar por uma abordagem mais sustentável e amiga do ambiente em novas localizações. Mas como o objetivo é crescer de forma sustentada, Julien Dufour e Jorge Capelo têm de ser, para já, “cautelosos”. São, pois, sonhadores, mas com os pés bem poisados no chão. E assim se cresce com gente inventiva. Aliás, talqualmente – ou tal qual mente - M. M.