INEM – INVESTIGAÇÃO INDEPENDENTE
Tal como no caso dos incêndios, também quanto ao INEM parece indispensável um inquérito independente do Tribunal de Contas, que remeterá as conclusões apuradas para as instâncias competentes.
O processo desencadeado pelo próprio INEM dentro da estrutura em que se integra, após a reportagem da TVI, corre sempre o risco de vícios de isenção e independência.
Luís Zarolho
INEM pede intervenção do Governo após reportagem que denuncia gestão danosa e corrupção no instituto
17 mai 2019 15:19
Uma investigação da estação de televisão TVI, noticiada na quinta-feira (16.05), revela a suspeita de vários casos de crime nas estruturas internas do INEM, como favorecimento pessoal, gestão danosa ou mesmo corrupção.
Foto de Arquivo Lusa
Segundo aquela estação de televisão, os jornalistas terão tido acesso a documentos internos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que mostram que estão a ser gastos milhões de euros em horas extra injustificadas, em dias consecutivos sem pausas ou em sobreposições de horários.
Em resposta à denúncia daquele órgão de comunicação, o INEM informa esta sexta-feira que, "em função das alegadas suspeições que recaem sobre o INEM e de modo a que possam ser apuradas todas as circunstâncias relacionadas com as situações reportadas", "o Conselho Diretivo do INEM solicitou já formalmente à Sr.ª Ministra da Saúde a intervenção da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e, se assim for entendido, também do Ministério Público".
Internamente, o INEM informa que abriu um processo de inquérito para apurar os factos relatados na reportagem.
Segundo aquela televisão, o INEM está a gastar milhões de euros num esquema que indicia crimes de favorecimento pessoal, gestão danosa e corrupção. Há também suspeita de que terão sido pagas ajudas de custo por viagens-fantasma.
"Um verdadeiro esquema de favorecimento a amigos que põe em cheque o próprio presidente do INEM", informa a TVI que diz que o caso já está a ser investigado pelo Ministério Público.
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Segundo a TVI, os casos poderão "mesmo comprometer o socorro prestado pelo 112".
O INEM reagiu hoje em comunicado: "Importa esclarecer que no passado dia 13 de maio, um jornalista da TVI solicitou formalmente uma entrevista ao Presidente do Conselho Diretivo do INEM sobre a gestão de recursos humanos no INEM, nomeadamente recurso a horas extraordinárias, turnos consecutivos de mais de 24 horas e ajudas de custo em deslocações", lê-se no documento.
"No dia seguinte e pela mesma via (e-mail), foi a TVI informada de que o INEM está naturalmente disponível para colaborar, respondendo por escrito a todas as questões que queiram ver esclarecidas", recorda o instituto na nota de imprensa.
"Este pedido foi recusado pelo jornalista com a justificação de que 'sendo uma reportagem televisiva uma resposta por escrito não se coaduna com o trabalho'", cita a nota de imprensa.
"Importa também deixar claro que, contrariamente ao referido pelo jornalista, o INEM não impediu os seus trabalhadores de, a título individual e se assim o decidissem, serem entrevistados pela TVI", conclui o comunicado.