NÃO ADOPTO ESTE SILÊNCIO

As notícias conhecidas ontem, para além de relevarem hipócritas afectos, não abonam em favor da ex-coordenadora da equipa do MP que teve intervenção directa nos processos de adopção da IURD.

 

Alegadamente, a ex-coordenadora avocou a si, pelo menos, um processo - que terá mantido durante dois meses - sem que tenha revelado dotes de coordenação.

 

A polémica instalada em torno das adopções da IURD, independentemente do tempo decorrido, não descansa - pelo contrário - os Portugueses quanto ao papel da justiça, desde há décadas até aos dias de hoje.

 

Invocam-se alegadas prescrições e pode perguntar-se se os atentados cometidos àquelas crianças, hoje adultas, prescreveram à data em que tomam consciência de que foram ainda mais vítimas do que as mães e famílias biológicas à data da respectiva consumação.

 

É, considerando todas as vertentes - incluindo as fundadas críticas de conceituados juristas - que deve ser interrogada a Assembleia da República sobre se mantém o seu silêncio, havendo responsabilidades por apurar relativamente a todos os intervenientes, nos domínios de distintas entidades.

 

A ex-coordenadora, actualmente com responsabilidades acrescidas, que atingirá 70 anos antes de terminar um segundo mandato - não existindo pessoas insubstituíveis - não deveria ter já apresentado a sua demissão?

 

Sande Brito Jr