MANIFESTAÇÕES E AFINS

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A CGTP vai voltar à rua.

Vamos ter greves, plenários e manifestações.

Tudo com a dívida distância, claro está.

Aliás, há anos que as manifestações desta central sindical são marcadas pela distância entre manifestantes, para dar ideia de que há mais gente a manifestar-se.

Não duvido que há pessoas a passar mal, com fome e sem trabalho.

Mas será para lutar por esses que as manifestações vão decorrer? Não me parece. A CGTP continua a querer blindar de tal forma os contratos dos que trabalham, que isso acaba por ter como consequências a proliferação do trabalho ilegal, a não contratação a termo incerto e a contratação a prazo. Não podendo despedir um "trabalhador" balda, as empresas não contratam ou contratam a prazo. Ponto!

Posto isto, vamos ter na rua os de sempre, com muitas bandeiras e faixas para dar ideia de multidão.

Entendo e defendo a importância dos sindicatos. Mas se nem na maior crise que enfrentamos nos últimos 60 anos deixam de reivindicar o mesmo de sempre, ignorando completamente as dificuldades da maior parte das empresas, estamos à espera de quê? Ainda, esperam que acreditemos no Pai Natal?

Quanto ao governo, estou para ver o que vai dizer/fazer sobre estes aglomerados de pessoas nas ruas. Não serão muitas, talvez uns milhares, mas quando estamos impedidos de estar com os que nos são próximos mas que não vivem connosco, estou curioso para ver a atitude que vai assumir.

Provavelmente nenhuma, escudando-se numa lei de 1986, do tempo de Cavaco Silva, que o nosso Parlamento ainda não arranjou tempo para alterar, tão ocupado que anda com outras coisas, coitado.

Depois admirem-se que as pessoas se começam a chatear, pois ninguém gosta de ser convencido que o vírus ataca nas escolas, nas lojas de roupa e sapatarias, nos restaurantes, mas não nas manifestações e concentrações do PCP, desculpem, da CGTP.  A não ser que nem os vírus estejam para os aturar e fujam deles a sete pés.

NOTAS FINAIS: O Governo anunciou testes massivos, em que todos os contactos de um contagiado iriam ser testados. E o que passa? Passa-se que estamos a testar menos de metade das pessoas de há 2 semanas.

Daqui se pode concluir que a propaganda continua a fazer o seu caminho. 

António Franco