ESTAMOS NO BOM CAMINHO...

 

Estamos no bom caminho com a esmagadora superioridade revelada por António Costa sobre estes peralvilhos do centro-direita.

Mas o que eu gostaria mesmo de ver era uma sondagem aos portugueses entre o António Costa e a Catarina Martins. Ou entre estes dois figurões do “PSD” e o Jerónimo de Sousa. Ou, pensando melhor, talvez neste último caso nem seja necessário. O Jerónimo ganharia de caras. Os portugueses não são flagelantes, e querem é quem lhes assegure o futuro, as reformas, o emprego, a saúde, a segurança contra os acidentes e as catástrofes, a reversão do aquecimento global, afectos, o amor enfim. Nisto não querem saber – e muito bem – de siglas partidárias para nada. Nem de setinhas ou bolas azuis ou sequer de punhos cerrados. Já foi tempo. O neo-liberalismo de Passos deu o que deu, isto é, deu em ruína e em desamor. Quatro anos de inferno na terra, afora os que podiam ter sido. Mas até no mal se vê, felizmente, um fim. Veio o socialismo e as coisas estão melhor. É verdade que ainda não estamos bem, que ainda não estamos lá, que é preciso fazer muito para que Portugal seja uma sociedade justa e igualitária. Ainda há seca e incêndios e inundações, reflexos da exploração capitalista da natureza, ainda há destituídos e gente sem-abrigo que dorme na rua à entrada dos multibancos, ainda há muitos jovens abandonados à toxicodependência a arrumar carros, e velhos doentes sem dinheiro para a medicação ou sujeitos a terrores sistemáticos em asilos abomináveis ou sozinhos em casa, ainda há crianças a serem abusadas por heteropatriarcas que não as deixam mudar de sexo e as obrigam a estudar matemática e a comer lagartas na salada, ainda há na nossa sociedade discriminação e racismo e misogenia e homofobia, ainda se persiste em celebrar datas cristãs capitalistas como o Natal e ocasiões sionitas como a Páscoa, ainda se escrevem livros de História como se a cultura fosse coisa de europeus, e bem vistas as coisas quem são os europeus? Quem são? Já viram a selecção de futebol de França? A Mannschaft? Então vejam. Que provas temos, já agora, de que Dom Afonso Henriques era branco? Ou Alexandre Magno? E Shakespeare, seria homem? Há razões para pensar, aliás, que seria uma mulher berbere, como o mostram alusões subtis à importância da mestiçagem no Mercador de Veneza e no Otelo. E o próprio Saramago, já olharam bem para ele? Sobretudo de perfil?

Há muito que fazer. Mas estamos no bom caminho. Precisamos de um ecosocialismo autogestionário de raíz poético-oriental-tropicalista. Ele virá. Maranata.

Resultado de imagem para imagens de rui rio pedro santana lopes e passos coelhoJosé Costa Pinto