COMBUSTÍVEIS: O MAIOR ESPECULADOR CHAMA-SE ESTADO

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Mais um aumento, para a semana, nos combustíveis. Nunca me cansarei de afirmar que o nosso Estado, o português, é o maior especulador da gasolina, do gasóleo, do gás e de outros produtos derivados do petróleo.

Um vergonhoso e indecente especulador que carrega e esmaga os valores desses bens essenciais que se reflectem nas contas dos mais pobres e dos que mais precisam para viver.

Temos um Estado que nos vai aos bolsos, mesmo num tempo de pandemia, em que mais de 20% da população está com problemas de tesouraria. Não são só as empresas que sofrem. Os cidadãos, no seu todo ou individualmente, são extorquidos – é a palavra certa – por um Governo que, e sistematicamente, mesmo que o preço do petróleo, o brent, não aumente grande coisa, tem como política acrescentar mais uns cêntimos por litro ou em garrafa de gás, para suprir as contas do Estado, as que não sabe gerir, permitindo o esbanjamento, em resultado de políticas sem jeito.

Façamos uma revisão pelos preços do gasóleo e da gasolina super, respectivamente, tendo por base o preço do brent, referente ao ano que apresentamos: 2008 – 1,26; 1,46 / Máx. 133,87; 2014 – 1,30; 1,68 / Máx. 108,08; 2018 – 1,39; 1,64 / Máx. 80,47; 2021 – 1,46; 1,65 / Última semana 70,71. Já agora, o valor  da gasolina, em 1960 – 0,02 €… (brent, cerca de 17,00dls).

Como se pode avaliar, apesar do barril do brent estar quase a menos de metade do que apresentava em 2008 e próximo de 2014, o certo é que estamos a pagar, quer o gasóleo quer a gasolina, a um valor acima desses dois recuados anos.

A fatia que o nosso Estado vai buscar de impostos aos combustíveis, para além de exorbitante, acaba por se “adaptar” aos critérios, pouco justos e desfasados do preço do barril no produtor, seja o de referência americano ou o da Europa, o que não deixa de ser um verdadeiro assalto legal às economias familiares e domésticas, bem assim como para as transportadoras.

Ora, e como se depreende, cada aumento reflecte-se no preço final de tudo, especialmente nos bens de consumo. Para isso, basta ir ao supermercado ou a mercearias para se apurar que a carestia de vida, neste último ano, é um denominador comum. O aumento dos combustíveis, em catadupas sucessivas, sem a devida réplica na origem, pelo simples facto de não se terem registado acréscimos tão majorados como aconteceu em 2008 e 2014, acaba por ser um indicador perfeito de que o nosso Estado continua a penalizar os mais pobres e/ou os mais débeis economicamente, nem sequer atendendo ao tempo que estamos a atravessar, com uma crise profunda em razão da pandemia. Socialismos à moda do PS, só pode.

O especulador Estado, o nosso, continua a ser campeão de aumentos dos combustíveis, dado que, e através desses, com uma margem de uns 60% de impostos, vai buscar receitas, usando uma forma fácil, mas a mais gritante do ponto de vista social, para se financiar. O Estado, como sabemos, continua a gastar sem freio, em rúbricas que nunca deveriam merecer o despejo de orçamentos, pagos por todos nós. De uma forma agilizada, tosca e vergonhosa, o nosso Estado é o Especulador Mor cá da casa, a portuguesa.

Os ordenados de miséria, em tempos de crise, como a presente, não são compatíveis com esta actuação fiscal em produtos que fazem tanta falta aos mais fustigados pela pandemia. Depois, em vez de acertarem políticas, com a “bazuca”, para acudir às pessoas e às empresas, para haver pão, traçam projectos para mais pontes, comboios e o raio que os parta. Indecente e má figura, com acólitos de todos os pontos cardeais partidários, porque todos comem da mesma gamela…

António Barreiros