Trapaças & Ficções - O Desabafo
Hoje, não haverá ironia. Nada de sátira. Nada de sarcasmo. Hoje, apetece-me apenas reflectir.
[E exteriorizar a minha revolta e a de muitos.]
Hoje, pertenço a todas as etnias, a todas as culturas, a todas as religiões.
O atentado de Christchurch ficará para sempre recordado como o dia mais negro da história da Nova Zelândia. Mas há mais “Novas Zelândias” espalhadas pelo mundo, a que não se dá ênfase. Quase anónimas. Porque não pertencem à elite dos países “ricos”, nem o mediatismo do que por lá se passa “vende” a rodos, nos jornais e nas televisões e na internet.
A internet. Comenta-se que Brenton Tarrant já tinha dado sinais de si nas redes sociais, antes do atentado que perpetrou a 15 de Março de 2019. Uma brincadeira - pensou-se. “Cão que ladra não morde” - intuiu-se.
[Uma «falsa notícia», interpretou-se mal.]
O radicalismo assassino não é de agora. Os “neo-nazis” não são de agora. A “extrema-direita” não é de agora. O racismo não é de agora. Os atentados terroristas não são de agora. Tudo isso e tudo o que a isso está associado não é de agora. Enquanto houver pelo mundo “Trumps” e “Le Pens” e afins, sempre haverá a possibilidade de, num local inesperado, ocorrer um atentado.
[Por que não se fala, de forma generalizada e com seriedade, dos motivos por que há e sempre haverá emigração?]
Há muçulmanos maus e há muçulmanos bons. Graças a Deus (ao meu e ao deles) que há muitos mais bons. Homens de bem e de paz.
Anders Breivik não foi o primeiro. Brenton Tarrant não será o último. Os porcos terroristas não vão acabar. Andam por aí à solta, a vagabundear por entre as multidões. E isso é muito doloroso de sentir-se.
[Enquanto alguns “governantes” o permitirem. Enquanto a “industria do armamento” o permitir. Enquanto houver psicopatas que se deixam radicalizar para imortalizarem as suas "rebeliões".]
Aqui há uns anos, num país africano, à entrada de um “híper-mercado”, li escrito a letras gordas num cartaz: «Proibido entrar armado». Talvez um dia destes leia à entrada de um “local de culto”, escrito a letras gordas num cartaz: «Proibido entrar sem armadura à prova de bala».
Jorge Sá
(Jorge Sá não respeita o AO90)
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