Editorial 29-09-2018

 

Nem tudo é mau

Sejamos claros: os que criticam a cidade e os seus edis fazem-no, suponho, com o intuito de ver as coisas melhoradas, de “sentir” novamente Coimbra como a terceira cidade do país, a cidade do conhecimento.

Mas nem tudo corre bem: se na parte da intelectualidade, ou apenas académica, as coisas correm sobre esferas, na órbita camarária alguém engatou a marcha-atrás.

Fale-se do bom para aliviar a mágoa que a marcha-atrás acarreta-

Tomás Gonçalves, do Colégio Rainha Santa, e Maria Manuel Martins da Escola Secundária José Falcão, destacaram-se entre cerca de 900 – escrevo em algarismos para dar mais nas vistas – participantes oriundos de todo o país e vão ser distinguidos pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica pelos seus trabalhos de tradução para língua portuguesa na 19.ª edição do prémio traduzir.

Tomás Gonçalves vai receber o primeiro prémio na tradução de língua alemã, enquanto que Maria Manuel Martins recebe galardão semelhante pelo melhor texto de língua espanhola.

Desengane-se quem julga que traduzir é fácil, que o não é. Antes pelo contrário: traduzir um bom livro é mais complexo, e não menos importante que escrevê-lo. Estão, pois, de parabéns os galardoados; e de igual modo os professores que os prepararam.

Varela Pècurto – não tão conhecido quanto o Formidável quando vivia – é segura e justamente um dos mais conceituados fotógrafos conimbricenses, e até do país.

Em Junho passado, o mítico fotógrafo expôs no lar da Graça de S. Filipe, em Bencanta, e agora, no próximo dia 1 de outubro, segunda-feira, vai fazê-lo também na Casa dos Pobres em S. Martinho do Bispo.

Varela Pècurto, que conheço e com quem convivi há largas dezenas de anos, merece os nossos agradecimentos: ele, que poderia ter exposto nas melhores galerias do mundo, expõe junto de uma classe muito especial, os seniores, permitindo a todos os interessados conhecerem uma instituição de solidariedade social que tem a marca de Coimbra, e que, todos os dias precisa e merece que a ajudem.

Divertida a exposição de espantalhos que ocorreu no mal tratado Parque Manuel Braga, mais conhecido por Parque da Cidade. Interessante as variadas actividades culturais., que, por certo, não tiveram a mão nem o pé de Machado, que não vi por lá. Depois lembrei-me que devia andar a estudar o percurso dos minibuses electrodomésticos, que vêm substituir o metrobus, que por sua vez substituía o metro mondego, que substituiu o desactivado ramal da Lousã.

Ou então estava disfarçado de espanta-pardais.

ZEQUE