Editorial 28-04-2018

Estranhezas

Do 25 de Abril que ia existir ninguém fala. Ao invés, conta-se uma história bem elaborada duma “revolução” que não teve nada de cândida. Do verdadeiro 25 de Abril, do que não teve execução final porque congelado e substituído pelas forças do mal, falar-se-á, possivelmente, daqui a uns anos, quando os espólios de Spínola e Marcelo, o Caetano, puderem ser analisados; ou ainda os de Firmino Miguel e Jaime Neves, se os não fizeram já desaparecer, pois os “heróis”, que não passaram de tiranetes, deverão já ter procedido à sua destruição.

Há muitos anos – relembra-mo um diário da capital da corrupção – o segurança de um hospital algarvio impediu o então primeiro-ministro Cavaco Silva de, às dez horas da noite – ainda havia e há neste país quem trabalhe até tarde – visitar o pai internado no hospital, alegando não só a não apresentação do BI – tinha de ser esse e n~~ao qualquer outro mesmo com foto – como o não enquadramento da hora no horário das visitas. Era o poderzinho de um tiranete de pacotilha a dar força ao dito popular “Se queres conhecer o vilão põe-lhe o pau na mão”: quem ai “mandava” era ele e não o poderoso primeiro-ministro. Machado não engoliria em seco e, de certeza, o tiranete seria esmagado pelo tirano.

Repúblicas ou Comunas? Esta minha dúvida surge quando leio que as “repúblicas” académicas estão a pedir *protecção” contra os aumentos de renda pelos senhorios. Não sei das razões invocadas, mas lá que terão razão têm, pois os exploradores imobiliários têm de ser erradicados. Haja interesse histórico ou não, as repúblicas, no binómio inquilino-senhorio, não podem nem devem ter mais prerrogativas que outros em circunstância similares; o que me parece é que a Câmara Municipal ou a Universidade têm de encontrar soluções adequadas para o assunto, nunca à custa de terceiros.

A Praça das Cortes vai passar a chamar-se praça dos cortes: engenheiro de gabinete terá desenhado mal os lancis de um novo estacionamento, e os pneus dos carros estão a ir à vida com uma facilidade ímpar.

Se Machado não se importa com isto, para que hei-de estar a aborrecer-me?

Tal como diz Matos Fernandes, o ministro do ambiente, “A poluição é o que menos me preocupa”

Isto diz tudo!

ZEQUE