Editorial 27-02-2021

ESTADO DE DORMÊNCIA

 Sande151.png

Em estado de dormência crescente, patologia que atinge o estado de direito em pé, deitado, sentado ou retorcido, o país arrasta-se numa multi-pandemia sistémica, já havendo, até, pedidos de silêncio, contraditórios com o gostar de malhar.

Os partidos políticos vegetam sem vontade própria, que não seja a dos comandos externos e ocultos ou, pela única vontade de pôr em prática um pouco da sabedoria popular: “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro, ou não tem arte”. E, nisso, o timoneiro tem décadas de más companhias que o não fazem corar.

No governo, a dormência é tal que o timoneiro dá voz de massificação da testagem e a testagem e rastreios de contactos de contágios estão em vias de paragem. Parece que a vacinação esgotou a capacidade militar!

A corrupção segue exemplarmente o exemplo do governo, que consente na manutenção de uma imagem de estado corrupto, conivente com entidades reguladoras e fornecedores de consumos domésticos facturados, em geral, com base em estimativas grosseiras de consumos inexistentes, proporcionando receitas indevidas em sede de IVA, à margem do OE, e financiamento gratuito aos fornecedores, alguns com bandeira estrangeira, rompendo todos os meses as algibeiras dos consumidores.  A legislação produzida, protege melhor os abutres do que as espécies em vias de extinção. O PAN também é protector dos abutres.

A justiça, é justo referi-lo, já dormente de há mais de quarenta anos para cá, não acata o recurso ao teletrabalho e a ACT não entra lá.

Na educação, continuam as “SÓ CRATINICES”, com alunos do superior a procurar explicadores que lhes façam os exames online. Não conseguindo desconfinar magalhães, vão desconfinar pelas escolas, outra vez sem acatar as recomendações da DGS.

No ambiente e acção climática, ainda não perceberam que os glaciares já se deslocaram para a região do Lago Superior e que a miragem, agora deslumbrante, é passageira, deixando um rasto de erosão, enquanto o mar, na nossa costa, vai amarinhando.

Na economia já tudo mia e, no social, tudo já vai pior que mal!

Da presidência europeia, já passaram dois, dos seis meses…

Entre Belém e Cascais, não se dorme. Aproveita-se da dormência, sem clemência.

A neve da Estrela, continua a alimentar a nascente do Mondego que bordeja a cidade do metrobus.

Arte: Salvador Dali - O Sono

                                                                                                                                                                                                                                               Sande Brito Jr

                                                                                                                                                                                                                                               27-02-2021