Editorial 26-01-2019
À DERIVA
O país está a cair de podre porque tudo nele está podre. Sei que La Palisse não diria melhor e assumo a (in)vulgaridade do dito, que repito, antecipando um “quase” ao tudo.
Costa herdou os “bons” hábitos do ex-chefe de que foi discípulo, mas não todos. Não me refiro obviamente ao caso da moradia em Sintra e da cave em Lisboa, mas sim ao “emproamento” que exibe quando palreia julgando-se o melhor do mundo: Sócrates tinha vocabulário e percebia-se o que dizia; Costa abre a boca e entaramela as palavras; não usa mais que uma dúzia de palavras, mas, de vez em quando berra alarvemente.
O caso do bairro da Jamaica na margem sul do Tejo ainda mal começou. A polícia, afrontada, defendeu-se. Com violência? Só se perderam as que caíram no chão… No entanto,
No início da semana, o dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba, referira-se, no seu facebocas pessoal, à "bosta da bófia" a propósito dos confrontos com alguns moradores, no último domingo, no bairro da Jamaica, no concelho do Seixal. Em vez de ser condenado, teve o apoio do BE, de que é assessor e de outras “forças. Porreiro. Os parasitas amparam-se mutuamente. Estranho, porém, é não se ter ouvido uma palavra da parte de Costa, ou de alguém do seu governo, de apoio aos agentes que se defenderam das agressões. Percebe-se. E viu-se.
No debate na assembleia, Costa, furioso por não conseguir responder a Assunção Cristas, a uma interpelação sobre gangues, insinuou que Cristas era racista, o que convenhamos, o termo “racista”, pelo modo como reagiu, lhe assenta às mil maravilhas.
Se bem me lembro, foi Passos Coelho que afirmou que vinha aí o “diabo”. Afinal de contas, e embora o queiram esconder, ele já por aí anda, encarnado.
As contas do SNS que o governo por aí anda a mostrar são mentidas, dizem-me. Há muito material comprado há mais de um ano ainda por facturar. Não sei como vão os ministros da saúde e das finanças continuar a escamoteá-lo. Rui Rio tem razão em não querer ganhar a próxima legislatura: não está para ser como Passos Coelho que, para salvar a cabeça de Sócrates, enterrou a sua. A espada de Dâmocles pende sobre a cabeça de Costa; Mário Centeno espreita a oportunidade para ser primeiro; Rui Rio e Assunção Cristas aguardam os passos em falso.
Complacente, Manuel Machado deixa que Coimbra continue a ser achincalhada. Depois do Metro e dos autobuses, agora a requalificação do IP3.
Mas nem tudo é mau: Gonçalo Quadros foi galardoado com o prémio que há muito merecia. Pela Universidade, que a câmara de MM continua a leste do que se passa na cidade, o que é pena.
ZEQUE