Editorial 20-10-2018

Cansaço

Já me cansa tanta aldrabice, tanta sacanice, tanto despudor. É certo que neste gira ao contrário, tudo rodopia de cima para baixo, tudo cala e consente, enfim, vivemos num país de Maria vai com as outras e não levantes ondas; deixa-as para o mar que gosta de galgar a terra.

Pergunto-me, e pergunto a amigos quem é o professor universitário Daniel Cardoso que diz ser abuso obrigar netos a beijar avós? E, no máximo, o que encontro são uns encolher de ombros e risitos indecifráveis. Será um louco ou um visionário? Um vidente ou um pateta que apenas quis um pouco de exposição social? Não sei nem pretendo averiguar, só que a teoria que pôs a correr poderia, se levada a sério e extrapolada, trazer complicações ao mundo ocidental, que os outros estão-se nas tintas para o que ele, e outros “pensantes” da sua igualha baboseiam.

Nunca entendi, e julgo que nunca entenderei, por que é que a “protecção civil” não aceita a colaboração da “protecção militar”. Aquando dos incêndios de há um ano e do furacão recente que destruiu meio centro do país, um esforço conjugado não teria diminuído os tempos de recuperação principalmente no tocante ao corte de árvores e, sobretudo, à reposição da água e da electricidade?

O centro do país continua esquecido, melhor, desprezado. Para quando ligações espaçosas entre Coimbra Castelo Branco, Covilhã. Viseu, Guarda e Caldas da Rainha?

Com Costa e Machado no comando do barco bem se pode tirar o cavalinho da chuva.

Marcelo continua a teimar em querer que o caso de Tancos vá até às últimas consequências. Sem querer pôr em causa os seus sentires, penso que ele não quer nada disso. Como se sabe, o óptimo é inimigo do bom, e o bom, ou bombom já chegou ao ministro de defesa demitido. Há boas razões para crer que o ministro, que sabia das “manobras”, tenha comunicado o assunto ao chefe Costa; não há tanto a certeza de que que este tenha posto Marcelo ao corrente do que se estava a passar.

Assim sendo, no mínimo, Marcelo devia ter demitido o primeiro-ministro por falta de lealdade; mas, por outro, como não sabia da marosca, pode, descansada e sossegadamente, continuar à espera das últimas consequências, que virão lá para as calendas gregas. Há que ter paciência.

O orçamento de Estado para 2019 foi aprovado pelo conselho de ministros em que quatro já o não eram.

Isto tudo é a política à portuguesa em que impera um governo gerigonciano e um presidente que dá mais valor às “selfies” e aos afectos que às questões à situação do país.

Ficou-lhe bem o arranque dos eucaliptos, que estavam a infestar certos terrenos; pena não afastar as ervas daninhas da governação e do “mete-ao-bolso”.

ZEQUE