Editorial 16-03-2019

É de loucos

 

Foi uma semana “quente”. Com a desfaçatez que se lhe (re) conhece, Costa deu em andar para aí a fazer inaugurações a esmo de edifícios, e não só, ligados ao moribundo SNS, edifícios que há muito funcionavam e a que só foi preciso lavar a cara.

Propaganda pura a que a CNE (Comissão Nacional de Eleições) não reagiu, como era seu dever.

Ao PS, um agrupamento de famílias que tomou conta do país, tudo é permitido, e toda a gente se cala. Toda, não: Assunção Cristas refilou, mas não ganhou nada com isso: a geringonça “abençoou” os actos de Costa, e do PSD “nem visto nem achado”. Rui Rio escuda-se no tatibitate do nem lá vou nem faço míngua. Melhores dias virão, ou não.

No meio de tudo isto, e não só, o que me causa maior admiração, e consternação, porque votei nele, é o modo como Marcelo vai encarando as manobras de Costa e dos seus apaniguados.

Em Oliveira do Hospital, na inauguração do Museu do Azeite, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se não só com a iniciativa descentralizada, mas também com o facto de chamar a atenção para uma das marcas essenciais do país: o azeite.

Até aqui, tudo bem. Todavia, o chefe de Estado (a que o país chegou) fez questão de destacar que se trata de um museu privado e que por isso não estava a participar em qualquer iniciativa pública. Terá sido, porventura, a forma irónica que alinhavou para referenciar a polémica interpretação da lei da Comissão Nacional de Eleições.

Não se percebe; ou talvez seja apenas eu a não perceber.

Será que Marcelo tem medo de Costa? Penso que não. Ali não há “gato”, ali há apenas displicência e vaidade.

Sem papas na língua, com todos os ff (efes) e rr (erres), uma eurodeputada do PS, Ana Gomes, escreveu a vários comissários europeus e presidentes de autoridades bancárias europeias para denunciar um alegado esquema de “enriquecimento" do fundo norte-americano Lone Star, dono de 75% do Novo Banco, o qual, acusou, envolve a desvalorização dos ativos do banco para fazer disparar os mecanismos previstos no acordo de venda, em caso de imparidades elevadas, e obrigar o Estado português e a restante banca nacional a injetarem no antigo BES milhares de milhões de euros. 

O negócio entre o governo e o fundo americano fede. Talvez não seja despiciendo a PJ e o MP começarem a investigar.

Costa, o adjunto de Sócrates, e os seus acompanhantes (des)governamentais puseram de parte as vestimentas “casual”, apresentando-se, agora, vestidos com a dignidade que os cargos pedem; ou os proventos permitem.

Por Coimbra, tudo na mesma: a Universidade continua, cada vez mais, a impor-se nacional e internacionalmente a nível cultural e científico; da banda da câmara, lixo e outras porcarias. 

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ZEQUE