Editorial 16-01-2021

                                                                                                       Uma Questão de Tempos

 

QUENTE

 

Quem passou por Coimbra não só não passa sem lá voltar como também “volta” sempre que o academismo dá sinais de chamamento. E, é sabido, a Academia e a Académica são indissociáveis.

Não posso dizer que sou da Académica desde que nasci, mas afirmo com crença que serei da Académica até morrer. Por isso, há sempre uma pulga por detrás de alguma das orelhas que me alerta para o que poderá estar a não ir pelo azimute certo, e que me deixa roxo de tanta preocupação - porque não sou anjinho. Se os tipos que a Maria José diz que são ímpares no Combate fossem mesmo ímpares no Combate, há muito que quem se utiliza da Académica já teria decerto deixado de se utilizar da Académica. É uma vergonha, apraz-me verbalizar. Mas só porque a Académica é preta (equipamento principal) e branca (equipamento secundário), somos obrigados a estar permanentemente “enlutados” a fingir que não percebemos que a Sede “passou” do Paulo para o Pedro com a “conivência” do José? Ou que houve uma “hipoteca” do Pavilhão com a “interferência” do patrão do Pedro? Quem se anda a esconder por detrás do que consta pela frente?

 

[Como vai o meu caríssimo Presidente da Câmara? Tem ido à bola? Anda atento à possibilidade de o Clube da Cidade poder estar a um passo da “subida”, apesar das forças ocultas que não o pretendem? E não se manifesta? Não dá uma “mãozita” para se materializar a “subida”? Ou regozija com a “safadeza” das forças ocultas?]

 

FRIO

 

É minha convicção que era fácil de perceber que a pandemia, em Portugal, voltaria a causar confinamento. E nem sequer é pertinente falarmos de estatísticas. Cada povo democrático pertencente a um país democrático, e soberano, tem os governantes democráticos por que opta em sufrágio democrático e, por conseguinte, livre – e, portanto, soberano.

 

O Senhor Presidente da República portuguesa, consta que esteve e deixou de estar, de forma célere, contaminado, o que nos satisfaz todos. O Senhor Primeiro-Ministro da República portuguesa, não consta que tenha estado contaminado, mas consta que já recolheu ao seu doce lar por ter contactado com alguém que já teria estado contaminado. As lindas senhoras que dão a cara sobre as estatísticas diárias mal contadas da pandemia, pouco importa se já estiveram, ou não, contaminadas. Importa, isso sim, que sempre estejam bem de saúde – como todos nós. Agora confinar nesta altura quando se deveria ter confinado desde dez dias antes do Natal até dez dias depois do Fim-de-Ano não lembra ao diabo. Nem lembraria ao diabo, em altura de pandemia, a “liberalização” da Festa do Avante, do Grande Prémio de Portimão, de tantas e tantas palermices que não ficam nada bem a quem governa e a quem preside.

 

MORNO

 

Nada está morno por Portugal – tudo frio, ou quente. Excepto os fornos dos restaurantes que haverão de falir e, portanto, despedir… E País onde não se pode vender o pão, mas pode vender-se o vinho e o tabaco – independentemente dos ajuntamentos -, não é País governado e presidido por gente que respeita o Povo e a Constituição da República que o rege.

 

© Jorge Sá

 

(Jorge Sá não respeita o AO90)

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