Editorial 14-07-2017

GERINGONÇADAS

1 - Há modas que acontecem por acaso, ou sorte, e, depois servem de mote para trazer a palco configurações em que figurões tecem a seu favor.

O caso de D. Constança, a ministra de interiores de país da brincadeira, ou de brincadeiras carnavalescas, é paradigmático: toda a gente pede a sua cabeça, que, por acaso, é daquelas que não desperta interesse nem à primeira vista nem à segunda.

É que, bem vistas as coisas, isto da demissão por responsabilidade política começou com o “coelhone”, aquele da “catapluta” – era assim que dizia! - e do “Quem se mete com o PS, leva”, aquando do desabamento de uma ponte que atirou para a morte umas dezenas de pessoas. Só que a “dignidade” do dito, autodemitido por “seriedade política”, teve um bom pano de fundo: ele estava morto por deixar o governo, pois tinha à sua espera um tachão: presidente do conselho de administração de uma empresa de construção civil e de obras públicas, com ordenado milionário e gordas “escorrências”.

D. Constança, assisadamente, não se demite. Responsabilidades políticas? Que culpa tem ela de ter encontrado uma “proteção civil” sem rei nem roque, com elementos que só querem poleiro para darem nas vistas? Pedrógão Grande? Ah, já é passado, quase esquecido. E não fosse o Ti Celito lá ter ido distribuir mais uns abracitos, já ninguém se lembrava da tragédia. Como também já toda a gente se calou com a arruaceirada dos polícias em protesto que deitaram abaixo as grades das barreiras que “defendiam” a assembleia de ataques energúmenos.

Pedir a demissão? Nã, nã!, D, Constança mantém-se firme. E bem, naquele seu  ar tão compungido de mulher maritalmente agredida.

2 – Sócrates é um “caso de estudo”, aquilo a que os intelectuais chamam um “study case”, aliás mais bem de acordo com as suas características fanfarrónicas do eu quero, posso e mando, o maior ditador pós vinte e cinco/ quatro/ de setenta e quatro num país que se diz – creio que não se pensa – democrático.

A contas com a justiça, jura a pés juntos não ter lesado o estado nem num cêntimo, não ter sido corrupto, etc., etc., etc., já que disso não há quaisquer provas. O Que parece não ser bem assim; outro tanto não se pode afirmar das suas caloteirices em Coimbra, quando estudante-passeante o mandavam encontrar outro senhorio, que ali não mamava mais. Tiveram azar os senhorios por nessa altura ainda não haver nem Santos Silva, o amigo fraterno, Salgado, Granadeiro, Zava, nem - anda toda a gente esquecida - Joe Berardo. E também a Câncio, que o ensinou a poupar nos impostos, pagando a dinheiro, sem fatura. No fundo, Sócrates não passa de um indigente a quem os amigos continuam a sustentar, perdão, a ajudar. Diz ele!

3 – Em Coimbra? Bem, em Coimbra, a pista do aeroporto já quase tem o tamanho necessário para a aterragem de “charters”: Machado encontrou uma nova bitola de medição: o metro de oitenta centímetros.

Ah! E voltou o lixo.

ZEQUE