Editorial 08-08-2020

LARES 

Há muitos anos, mais de quarenta, já eu dizia ao meu filho: se quando eu for velha me puseres num lar, se eu usar bengala, dou-te com ela.

Continuo a pensar o mesmo e a pensar que se estiver dentro das minhas faculdades, precisar da “prima alzira”, como dizia a tia Sofia quando se referia à bengala, faço-o com certeza. Sei que hoje é mais difícil ter os idosos em casa, no entanto penso que o dinheiro que se dá aos lares dá também para contratar pessoas.

Vem tudo isto a propósito do que se passou no Lar de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 17 idosos e uma funcionária, lar que já está a ser investigado pelo Ministério Público.

Está confirmado que a maioria dos mortos em Portugal por Covid 19 ocorreu nestas instituições. Estas casas viraram asilos com mais ou menos “pedigree”. São um negócio chorudo.

Vejamos: O utente paga a estadia, paga as fraldas (quando necessárias), paga os medicamentos, paga as idas ao médico ou aos hospitais, paga ambulâncias, ou seja, paga tudo.

O que recebe em troca deixa muito a desejar.

Nos lares, os enfermeiros que prestam serviço, muito especialmente os do turno da noite, são enfermeiros hospitalares que a troco de mais uns euros fazem o trabalho que devia ser feito por pessoal devidamente contratado. Estes enfermeiros depois de um dia de trabalho nos hospitais vêm cansados e o que querem com certeza é “descansar”.

Por sua vez, os Lares, e na grande maioria, são IPSS a que interessa o maior lucro e não pagar ao Estado as contribuições referentes a pessoal contratado.

A Direcção Geral de Saúde e a Segurança Social sabem que isto acontece e nada fazem. Tal como a Justiça põem uma venda e, como são velhos, quantos menos melhor.

Mudando de assunto:  começaram os fogos, esse flagelo que todos os anos nos deixa mais pobre…Culpas? A Natureza, mão humana, negligência, falta de meios? Quem souber que responda.

Na Líbia foi o caos e por negligência do Governo, que tinha há anos armazenado no porto uma autêntica “bomba” que devia ter sido devidamente acautelada aquando da sua apreensão.

O nosso Presidente continua a banhos e desta vez nos Açores. O País esta na “fogueira”, portanto, um banhinho sabe a casar.

Aqui, na Capital de Portugal, ou seja, Coimbra, não há notícias. Manuel Machado também deve estar a banhos.

E por falar em banhos, vamos lá até ao Rebolim. A Câmara esmerou-se na construção de mais uma bela praia fluvial no Rio Mondego.

Saudades do Rebolim, onde muitas vezes, em jovem e com outros jovens, nos refrescámos junto daqueles salgueirais

Boas férias.

(Imagem retirada da net)

 

                                                                                                                                                                                                                                        Maria Leonor Correia