Editorial 06-01-2018

ANO NOVO, VIDA NOVA?

Perpasso os olhos pela mente e, por mais que procure, no bem sentido, nada encontro de boas recordações no ano que passou. Não a nível pessoal, que, os anos são quase sempre igualáveis em prazeres e desprazeres, saúde e doenças. Penso sim, a nível nacional e internacional, no bom e no mau, e só encontro coisas más ou menos boas, porque, convenhamos, a mente tem mais tendências para fixar o que foi mau, quando deveria predispor-se a revelar o que de bom aconteceu.

Mas será, e para já a nível nacional, algo de bom aconteceu?

Sim, aconteceu: as mentiras e endeusamentos propagandísticos de uma coisa chamada geringonça fez correr a imagem de um bom viver, sem dívidas, com as contas em ordem, sem impostos, etc etc. E, no entanto, ocorreu o contrário: a dívida não diminui, substituiu-se, a chaga dos incêndios com Costa a banhos foi maior que nunca, a “saúde” deteriorou-se, a justiça esteve ao lado dos gatunos e assassinos em vez de estar a favor das forças da ordem, os livros prometidos gratuitamente ainda não foram pagos e, parece, nem distribuídos, o país está uma chaga completa a todos os níveis.

A nível de Coimbra, as coisas correram melhor. Inaugurou-se a estátua da Cindazunda num canteiro de pedra, ovalóide, que empecilha o trânsito; começaram as obras do desassoreamento do Mondego, mas os resultados ainda não são visíveis. O metro “foi-se” e o prometido aeroporto internacional nem a “(ca)martelo” avança.

Houve, todavia, uma ou outra iniciativa de cariz cultural que saiu da mediania, mas de pouca ênfase para generalidade da população.

Entrou 2018, e tudo começa a correr melhor: há mais gente na baixa e os comerciantes respiram melhor; a avenida central parece querer nascer e câmara vai pôr a funcionar os autocarros eléctrico que Costa ofereceu a Machado na altura da campanha. Tudo isto, obviamente, na minha imaginação, que factos, factos – parafraseando um célebre capitão do FCP – só no fim, isto é, quando a gente lhe botar a vista em cima, talvez lá para o dia de S. Nunca à tarde.

Pois bem: que o2018 seja bem melhor que os anteriores que os desta época, e que o país e a cidade – mais a cidade que o país! – deem o salto por que todos os que amam Coimbra anseiam.

FELIZ 2018. Saúde e Alegria, Paz e Harmonia para toda a gente.

ZEQUE