Editorial 01-02-2020

Contas furadas

Diz o povo, e com razão, que quem ao mais alto sobe, ao mais baixo vem cair.

Acusada de ter lesado o Estado angolano em mais de mil milhões de euros, Isabel dos Santos quer agora acrescentar um novo capítulo a esta história: a empresária está disponível para negociar com ex-província ultramarina portuguesa – e não ex-colónia - o levantamento do arresto dos seus bens e contas bancárias, devolvendo o dinheiro aos cofres do Estado.

É obra. E forte amargo de boca, ainda que combinado.

Gosto e admiro Isabel dos Santos desde os tempos da Troika, e já “antes”, pela coragem que teve em investir num Portugal que se afundava a passos largos, injectando os capitais - e mais uns trocos - que os accionistas “retiravam” para colocar em offshores. Não lhe faltaram conselheiros económicos, financeiros e de legalidade duvidosa que a “orientassem”. De Portugal e de Angola. 

Ingénua e deslumbrada, bem intencionada, não soube travar a tempo os seus investimentos; mal aconselhada pelos “tubarões”, “perdeu-se” em jogos e joguinhos que a imprensa luso-angolana, engajada, borra com notícias em grande parte falsa, a tal ponto que até já metem a mãe, russa, e o marido, na caldeirada, não de peixe nem de cabrito, mas de diamantes, oiro e petróleo.

Gosto de Isabel dos Santos, uma mulher lutadora, que num passado ainda pouco distante, ajudou a salvar a economia portuguesa, e que, para infelicidade sua, se deixou enrodilhar por uma cáfila conhecida, intocável, que esgota o país e os seus cidadãos honestos.

Pelo contrário, não gosto de Joacine não sei quantos, deputada livre do seu partido, falsa gaga, que se saiu com aquele pedido lunático da devolução das obras de arte que os portugueses “roubaram” às suas províncias ultramarinas, uma questão que ela nem sabe se existe.

Sempre atento, André Ventura reagiu e pediu mesmo que se começasse por ela, Joacine, uma autêntica “obra de arte” que a pulhítica produziu.

Não fossem as minhas ideias políticas estarem na fronteira entre a democracia cristã e a social-democracia, eu também diria CHEGA! Na verdade, chega de o povo continuar a sustentar parasitas.

ZEQUE