Editorial 01-01-2022

Ano Novo, Vida Nova?

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Sócrates: excelente como filósofo, incompetente como advogado

 

Ainda o ano velho não tinha terminado, e já as “boas notícias” para o que hoje começa aconteciam em catadupa: umas reais, outras possíveis e algumas bem imaginadas.

É certo que, devido à pandemia, o ano que deu a alma ao criador não deixa saudades à maioria das pessoas, e, talvez por isso e para adocicar a situação, o presidente Marcelo – Ti Celito em Angola, “escorpião” traidor no dizer de Balsemão, beijoqueiro e selfieiro no dizer do povoléu – resolveu transformar – não ouvi, li - a pandemia em endemia, e, pronto, está bem, acabou-se, vamos lá à vidinha, que, sem o/ a PAN, o “vírus” vai às de vila Diogo.

 Fiquemos, pois, descansados: a pandemia foi-se; a endemia é que ainda (?) não.

O derrotado nas eleições para presidente da câmara alfacinha – ou dos alfacinhas – chora baba e ranho, o que levou já o chefe a “acenar-lhe” com o lugar de ministro das finanças num governo que – cogito - não vai haver, pois as águas correm para jusante e nunca para montante, e as sondagens prenunciam a queda e um mar de lágrimas…

A gasolina subiu e subiu bem, assim tivesse acontecido com os ordenados e as reformas; a economia estagnou, desacelerou mesmo em alguns casos; o custo de vida, embora alguns palermas politiqueiros ou subservientes queiram informar o contrário, subiu exponencialmente. É assim: de pança cheia, ignoram os desfavorecidos – ou menos favorecidos – de uma sociedade cada vez mais desigual. 

Real, real, é a forma como a justiça dos ricos, banqueiros e não só, que “encheram” os bolsos com milhões e milhões de euros e andam por aí, soltos, a pavonear-se, à espera que os processos caduquem ou lhes tesourem os processos com cortes das frases e anotações que os podem levar mesmo à cadeia

Claro que, como aconselham os três da vida airada, temos de confiar na justiça. Confiar, confio – ou com fio? – mas duvido da sua justeza.

Da realidade, passo para o reino das possibilidades. Um vice-almirante que teve – não sei se verdade se propaganda – um feliz desempenho no combate ao Covid, arrumando o desarrumado SNS de vários mandatários, foi, por decisão do governo – leia-se encosta aí - promovido e ocupou uma pasta, ou um encargo, que não estava vaga/o, correndo com o respectivo titular. A dar-lhe posse, esteve o Chefe Máximo das Forças Armadas. Cerimónia, já se vê, para os meios de comunicação social e em que Costa primou pela ausência. Sábia atitude do ministro da propaganda: se presente, nem era notado; ausente toda a gente falou nisso.

A peça “à procura de um presidente” não acaba aqui: há quem pense, há quem o diga em surdina e há quem afirme que estão a tentar “criar” um “novo” Américo Tomás. Resta saber quem vai ser escolhido para Salazar.

Cuidado: o princípio de Peter aconselha prudência, que presunção e água benta cada um toma a que quer.  

Por Coimbra, o elenco camarário mexe e remexe. Bem? A ver vamos. Para estranheza minha, li por alto que a câmara ia contratar mais oitenta e um funcionários. E, cuidava eu que iria “dispensar” pelo menos cinquenta por cento dos que agora tem. Na verdade, muito se engana quem cuida.

A Académica, melhorando embora, continua a não passar da cepa torta, sendo sombrio o futuro. E a cidade continua a dormir.

E fico-me por aqui, que as “vidências” em relação ao que aí vem são muitas, quase todas muito tortas…

Resta-me agradecer aos nossos amigos e colaboradores as ajudas que têm dado ao Ponney, desejando-lhes um BOM 2022 com Saúde, Paz e Alegrias, votos que torno extensivos aos nossos leitores, cada vez mais e espalhado por todo o mundo.

No fundo, UM BOM ANO, para toda a gente.

Imagens retiradas da net

ZEQUE