O Sorriso das Pétalas Amarelas – O Adepto Combalido

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Sabes, eu sei do teu amor ao clube e que esta semana levaste 7 socos no estômago, quase disferidos à “queima-roupa”, mesmo ali dentro de «casa». Agora, que te sinto menos «quente», queria dar-te um abraço solidário, se é que isso te consolará, e dizer-te que talvez eles (os que jogam) não saibam o que é isso do amor à camisola, muito menos que pode ser o sonho (da «subida» e não só) a comandar a vida. Especialmente a dos adeptos. Os tempos mudaram, sabias? Nada é como antigamente, quando os jogadores davam em campo tudo, para tudo dar certo. E percebíamos isso nas bancadas – que eles estavam a dar tudo e mais não podiam dar. Hoje, o jogo joga-se muito mais fora do campo, de acordo com conveniências que repudiamos mas que não conseguimos contradizer: o dinheiro, as apostas, os empresários, os jogadores que se contratam do género «gato por lebre», as decisões cirúrgicas matutadas em «laboratório» (a propósito de quem vai «subir», de quem vais «descer»)!

Olha, hoje junto a minha pele de ouro à tua pele negra, talvez consigamos unir esforços e energias que auxiliem a que o vento mude, ou expulsar parte das «malapatas» que torturam o amor sofrido do adepto genuíno. E, quem sabe, de algum lugar provenha uma doçura poética de mudança que continue a fazer-nos acreditar que tudo ainda é possível (incluindo a «subida»). E toma lá mais um abraço, sim?

Luís Gil Torga
(Fotos retiradas da net)