CRISE

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A crise por que está a passar a Académica está relacionada, e muito, com a avassaladora crise económica, social, cultural e de autoestima porque passam quer a cidade quer o concelho e a região. A cidade deixou-se abastardar em relação a Lisboa e Porto e deixou-se ultrapassar por cidades como Aveiro, Viseu, Leiria ou Braga. Vivendo do passado e de uma importância que, por culpa própria, perdeu, a cidade não soube, ou não quis, recuperar o lugar que já teve. Por outro lado, o desinvestimento económico no concelho é notório, como é visível com o encerramento de empresas e com a deslocalização de outras para Lisboa e Porto. Outra decadência notória dá-se ao nível da Universidade. Esta perdeu relevância quer a nível nacional quer a nível internacional e deixou de ser atrativa para os jovens. Por outro lado, a própria cidade não consegue fixar os recém licenciados, porque os postos de trabalho são inexistentes. Tudo isto é gerador de crise, que, como é óbvio, afeta todos os sectores da atividade. Junta-se a isto o abandono a que, quer a cidade quer a própria Universidade, votaram o clube. Que ninguém esqueça isto: Coimbra é a Académica e a Académica é Coimbra. As duas não podem viver uma sem a outra porque estão umbilicalmente ligadas. E o mesmo se diga em relação á Universidade. E não vale a pena escamotear a verdade porque, nua e crua, ela está á frente dos nossos narizes.

António Manuel Cortes